Em cerca de 10 meses transcorridos neste ano, mais de 100 mil toneladas de resíduos marinhos foram recolhidos na Costa do Sol e em Macaneta, cidade e província de Maputo, respectivamente, revelando a dimensão do problema do lixo nas praias de todo o país.
Dados do Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas indicam que, por ano, 12.5 milhões de toneladas de resíduos, plásticos em particular, são depositadas no mar.
Apesar das quantidades assustadoras, há redução do lixo junto ao mar com a proibição de frequência às praias, de acordo com Adelson Muthemba, coordenador do programa Lixo Marinho da Cooperativa Repensar.
“Recolhemos, este ano, mais de 100 mil toneladas de resíduos. É lixo marinho que advém, não só da produção local, mas também temos recebido lixo de outros países. Pudemos constatar este facto através de rótulos, escritas que constam de algumas garrafas plásticas, que tem escritas da Indonésia, do Chile, do Japão, etc”, explica Adelson Muthemba.
O impacto destes resíduos é indisfarçável. Devido ao lixo que é depositado no mar por ano, cerca de 100 mil mamíferos marinhos e um milhão de aves morrem, o que abala o ecossistema e compromete a economia azul, num país em que boa parte da população tem no mar a base de sustento.
“Temos que trabalhar muito com a educação ambiental, que é uma ferramenta muito forte para podermos mudar a consciência dos moçambicanos, na medida do possível, para podermos ter uma gestão mais sustentável e mais consciente”, diz Muthemba, realçando que “de modo geral, temos que trabalhar nas escolas para podermos ensinar as crianças a reduzir o lixo”.
Para a Cooperativa Repensar, a problemática de resíduos marinhos atravessa fronteiras, daí que defende ser necessário haver combate a este mal por todos os países. É neste âmbito que Carlos Serra, membro fundador da cooperativa, irá participar da segunda edição da Conferência Crescendo Azul, a decorrer entre 18 e 19 de Novembro.