O Governo da RDC rejeitou a nomeação de um cônsul-geral para a cidade de Goma pelo Quénia, descrevendo a decisão como “inadequada”. Goma, situada no leste da RDC, tem sido o centro de um conflito entre o Governo congolês e o grupo rebelde M23, apoiado pelo Rwanda.
O grupo lançou um ataque relâmpago à cidade regional, rica em minerais, em Janeiro. Goma caiu nas mãos do grupo rebelde após dias de combates, e o exército congolês retirou. Kinshasa afirmou que a nomeação de um cônsul para a cidade representava um desrespeito pela integridade territorial do país e poderia parecer legitimar a ocupação do grupo.
Além disso, afirmou que o Quénia não contactou Kinshasa antes de fazer o anúncio, como exige o direito internacional e a prática diplomática. O grupo M23, apoiado pelo Rwanda, conquistou este ano grandes áreas de território no leste da RDC, na sua longa batalha contra o exército.
Após as suas conquistas territoriais, o grupo tentou estabelecer um governo paralelo, como parte da Aliança do Rio Congo, alegando estar a libertar a região do que alega ser um governo desgovernado por Kinshasa. O grupo foi acusado de abusos generalizados no conflito, que matou milhares de pessoas e desalojou centenas de milhares.
A mediação do Qatar entre o governo congolês e o M23 levou à assinatura recente de uma “declaração de princípios” para pôr fim aos conflitos de décadas, mas as negociações falharam desde então e os combates foram retomados. Os países vizinhos, incluindo o Ruanda, o Burundi, Uganda e o Quénia, têm tropas em terra, complicando os esforços regionais para pôr fim aos conflitos.