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Celso Correia garante que não haverá escassez de açúcar apesar da perda de hectares de cana-de-açúcar

Quinze mil hectares de campos de cana-de-açúcar continuam inundados, na Maragra, distrito da Manhiça, Província de Maputo, o que representa mais da metade do total da área cultivada, cerca de 29 mil hectares. Ainda assim, o ministro da Agricultura diz que não haverá escassez de açúcar nem subida do preço.

O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, sobrevoou, esta segunda-feira, a área para aferir o nível de estragos causados pela água e confirmou que “a destruição é muito grande e há campos completamente alagados”.

Segundo disse, dos 15 mil hectares destruídos, cerca de 8500 pertencem aos produtores subcontratados, o que representa grandes prejuízos, pois, na sua maioria, segundo Correia, fizeram grandes investimentos e têm dívidas no banco.

“Os dados da avaliação preliminar indicam que serão necessários cerca de mil milhões de Meticais só para recuperar a área perdida dos subcontratados, onde serão precisos cerca de 650 milhões de Meticais para o replantio e cerca de 350 milhões de Meticais para a reposição de infra-estruturas de transportes e drenagem, diques, entre outras”, disse Celso Correia, ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

A previsão é que só daqui a seis ou oito semanas os campos estejam em condições de ser trabalhados e apurar-se de forma exaustiva as reais necessidades de reinvestimentos.

Embora haja perdas, o ministro disse que há boas notícias: “Ficamos confortados, primeiro, em saber que não haverá ruptura de stock de açúcar no país; segundo não se antevê a subida do preço do açúcar, pelo menos por agora”.

Por seu turno, Júlio Parruque, governador da Província de Maputo, garante que os produtores terão mais facilidades para acelerar a recuperação do que foi perdido.

“Para nós, Província de Maputo, a cana-de-açúcar é nosso ouro verde, cujas áreas afectadas serão, pelo Governo provincial, isentadas do pagamento da taxa anual de Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT)”, garantiu Júlio Parruque, governador da Província de Maputo.

O sector de produção do açúcar sustenta cerca de 25 mil famílias, no país, e tem um volume anual de negócios de cerca de 150 milhões de dólares e com cerca de 65 milhões de dólares nas exportações.

 

AGRICULTORES VÍTIMAS DAS CHEIAS RECEBEM APOIO DO “SUSTENTA EMERGÊNCIA”

Depois de ter sobrevoado os campos inundados, na Maragra, Celso Correia foi a Boane ter com agricultores vítimas das inundações, que se beneficiaram de kits de produção, compostos por enxadas e sementes.

Os produtores de maior escala receberam tractores no âmbito do “Sustenta Emergência”, que, conforme disse o ministro, são ao todo 12 mil kits para a Província de Maputo e 42 mil para o resto do país, nas zonas afectadas pelas inundações.

“Façam bom uso dos meios que têm. Aos extensionistas que usem estas motas para estar mais próximos dos nossos produtores; eles precisam de vocês, principalmente nos próximos 30 dias que são de lançamento da semente na terra”, recomendou.

Celso Correia disse que cada kit está avaliado em cerca de 12 a 18 mil Meticais, tendo em conta a compra, a logística e o transporte.

Segundo Judite Mussácula, secretária de Estado na Província de Maputo, os meios entregues devem servir para mudar os indicadores agrícolas dos produtores, aumentar a produção e a produtividade e melhorar o bem-estar dos beneficiários.

“Aos produtores que receberam os kits hoje (segunda-feira), esperamos que, com a vossa experiência e com a assistência dos extensionistas aumentem a vossa capacidade produtiva e abasteçam os mercados com produtos agrícolas em quantidade e qualidade, fruto do vosso trabalho”, advertiu Mussácula.

Os beneficiários, alegres, disseram que os kits farão muita diferença, uma vez que, além de terem perdido as suas culturas nas “machambas” e os produtos colhidos que já estavam nos celeiros, a água arrastou os seus instrumentos de trabalho.

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