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Putin reúne-se com mães de soldados russos

Foto: Euronews

Em antecipação do Dia da Mãe, que na Rússia se assinala amanhã, o Presidente russo, Vladimir Putin, recebeu na sua residência, em Novo-Ogaryovo, 17 mães de alguns soldados enviados para a guerra na Ucrânia.

Putin conversou com as mulheres durante mais de duas horas, ouvindo as suas histórias e garantiu que o país vai apoiar as suas famílias. Vladimir Putin garantiu também que partilha a dor das mães russas e pediu-lhes para não acreditarem em “tudo o que veem na televisão ou na internet”.

“Gostaria que soubessem que eu, pessoalmente, e toda a liderança do país partilhamos da vossa dor. Compreendemos que nada pode substituir a perda de um filho, especialmente para uma mãe”, afirmou o líder russo, citado pelo Observador.

“Não se pode confiar em nada ali”, advertiu, acrescentando que há “muita falsificação, engano, mentira e ataques de informação”.

Putin agradeceu aos filhos das 17 mulheres por defenderem a Novorossiya, a “Nova Rússia”, zona que incluía parte da Ucrânia no império russo.

“Algumas pessoas morrem de vodka e as suas vidas passam despercebidas. Mas o seu filho viveu e atingiu os seus objetivos. Não morreu em vão”, disse a uma das mulheres.

O líder russo aproveitou para afastar as acusações de que os russos de minorias étnicas foram convocados em maior número para lutar na Ucrânia. “Todos são iguais, todos ajudam o outro e compreendem que as suas vidas dependem da assistência e apoio mútuo”, explicou.

Putin disse ainda que não se arrepende de lançar o que chama de “operação militar especial” da Rússia contra a Ucrânia e considera a guerra um divisor de águas quando a Rússia finalmente enfrentou uma arrogante hegemonia ocidental após décadas de humilhação desde a queda de 1991 da União Soviética.

No fim, estas mães foram autorizadas a colocar questões, mas nem isso decorreu sem o controlo do Kremlin. “As mães farão as perguntas ‘corretas’ que foram previamente acordadas”, disse Olga Tsukanova, chefe do Conselho de Mães e Esposas, numa mensagem no Telegram, revela ainda o Observador que cita a Reuters.

“Vladimir Vladimirovich [Putin] – é um homem ou quem é? Tem coragem de nos encontrar cara a cara, abertamente, não com mulheres pré-combinadas, mas com mulheres reais que viajaram de diferentes cidades para se encontrar consigo? Aguardamos a sua resposta”, disse Tsukanova.

Putin está a ser acusado de ter escolhido as mulheres cuidadosamente para evitar que temas mais sensíveis fossem abordados durante o encontro, que parece servir para acalmar as críticas à mobilização russa. Segundo a Reuters, a maior parte trouxe queixas, mas centraram-se em questões menores como a falta de roupas para os soldados ou a necessidade de enviar mais drones para a frente de guerra.

Antes da reunião, Olga Tsukanova, uma das líderes do Conselho de Mães e Esposas, exigiu que Putin se encontrasse com mulheres “reais”. “Vladimir Vladimirovich, és um homem ou quê? Tens coragem de nos encontrar cara a cara, abertamente, não com mulheres previamente escolhidas e que estão no teu bolso, mas com mulheres reais que viajaram de diferentes cidades para se encontrarem contigo?”.

Na Rússia, alguns grupos de mães de soldados têm criticado abertamente que os filhos sejam enviados para a guerra com pouca formação e equipamento. Recentemente, um grupo de mais de 20 mulheres viajou até a uma unidade militar em Belgorod, na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, para levar de volta os maridos e familiares feridos em combate.

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