O número de refugiados das zonas afectadas pelo terrorismo em Cabo Delgado cresce a cada dia. Uma equipa do gabinete do Provedor do Justiça visitou a província na última semana de Outubro e constatou “situações graves”.
“É verdade que há um apoio que está a ser feito. Temos visto as movimentações do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, bem como de outras pessoas de boa vontade. Mas esse esforço ainda é insuficiente”, considera Isaque Chande.
“Devíamos rebuscar experiências do que fizemos quando ocorreu o ciclone IDAI. Devíamos rebuscar essa experiência para apoiarmos os nossos irmãos de Cabo Delgado e do centro do país”, sugere o provedor
Apesar das “graves situações” causadas pela violência armada em Cabo Delgado, em alguns pontos afectados pelo terrorismo busca-se pelo retorno à normalidade, tal é o caso de Muidumbe onde o administrador exigiu, recentemente, o regresso dos funcionários e agentes do Estado que tinham abandonado o distrito, devido ao clima de insegurança.
“Acredito que os governos locais trabalham em estreita ligação com as Forças de Defesa e Segurança. À medida que as condições de segurança vão melhorando nesses locais, há toda uma preocupação do Estado voltar a funcionar com alguma regularidade”, entende Chande.
De um modo geral, Cabo Delgado continua sob cenário sombrio. O que o Provedor de Justiça espera é que a breve trecho haja vitória contra o terrorismo.
Isaac Chande falava esta sexta-feira, em Maputo, momentos após o lançamento do Fórum de Monitoria do Mecanismo de Revisão Periódica Universal dos Direitos Humanos.