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“Prometo voltar mais forte daqui a seis meses

Transpira, como poucos, um talento fora de série. Aos 18 anos, Chanaya Pinto faz “estragos” em Portugal.

Este ano, foi vice-campeã de basquetebol após o Quinta dos Lombos, equipa que representa, perder nos “play-offs” final da Liga Portuguesa com a União Sportiva por 2-0, sendo que no jogo um o resultado foi de 69-67 e, no jogo dois, registou-se a marca de 64-61.

Numa época marcada por uma lesão que a impediu de disputar a final, Chanaya Pinto foi preponderante no jogo um dos “play-offs” das meias-finais diante do Benfica, tendo contribuído com 14 pontos e quatro ressaltos em 22 minutos na quadra. Não ganhou o campeonato, facto.

Mas açambarcou o troféu da Taça da Federação ao derrotar na final o União Sportiva, por 47-44.

Com um percurso notável, Chanaya impôs-se de outro lado do atlântico. Porquanto foi bicampeã distrital de Lisboa na categoria sub-19, tendo também sido indicada para o cinco ideal da prova.

Com, e é preciso deixar claro, uma ascensão meteórica. Em 2017, estreou-se na selecção sénior feminina que ocupou o quarto lugar no Campeonato Africano, prova que teve lugar em Bamako, Mali, terminando com média de 3.8 pontos e 1.9 ressaltos/jogo.

Esta temporada, foi vice-campeã da Liga Portuguesa pelos Quintas dos Lombos que perdeu nos play-offs da final com a União Sportiva por 2-0 (69-67 no jogo um e 64-61 no jogo dois). O que é que falhou, na sua óptica,  para conquista do título?

Eu acho que o factor mais crucial para a conquista deste título foi a falta de experiência. Somos uma equipa muito jovem com jogadoras inexperientes. A equipa foi adquirindo experiência no campeonato. Defrontávamos um conjunto  muito experiente acima de tudo. Lutamos até ao fim, mas infelizmente a vitória não caiu para o nosso lado.

Chanaya Pinto não fez os jogos dos “play-offs” final  devido a lesão que contraiu. Como é que se sentiu por não poder dar o seu contributo a equipa nos jogos decisivos?

Eu não consigo explicar essa sensação. É como se fosse uma sensação de perda não poder fazer aquilo que a gente realmente gosta. Eu acho que nos fere a alma acima de tudo.

No jogo um dos “play-offs” das meias-finais contra o Benfica contabilizou 14 pontos e quatro ressaltados, tendo sido  melhor marcadora da sua equipa na vitória por 73-68.Como é que analisa a sua prestação neste jogo?

Como eu dizia, nós somos uma equipa que adquiriu experiência jogo pós jogo.  Então, esse foi um dos jogos. Comecei a amadurecer dentro de campo, principalmente, porque a minha equipa quando vai ao campo sabe o que quer.  Queríamos ganhar para poder ter acesso à final e ganhar o campeonato em si mas não foi possível.

Que avaliação faz da sua prestação nesta época no Quinta dos Lombos em que, para além de ter sido vice-campeã, conquistou a Taça da Federação ao derrotar na final o União Sportiva, por 47-44?

Faço uma avaliação positiva visto que este é o meu primeiro ano na Liga Portuguesa como jogadora oficialmente portuguesa. Infelizmente, tirei as férias cedo não porque quis, mas sim por conta de uma lesão. Mesmo assim, faço esta avaliação como positiva.

Chanyana Pinto lesionou-se perto do fim da temporada e, recentemente, foi operada. Para quando o seu regresso aos campos?

Daqui a seis meses como dizem os médicos e prometo voltar daqui a seis meses (risos).

Ano passado,  estreou-se pela selecção sénior feminina no “Afrobasket” de Bamako, Mali, competição na qual terminou  com média de 3.8 pontos e 1.9 ressaltos/jogo. Que avaliação faz da sua prestação?

Faço uma avaliação Colhi tanta coisa boa que, se fosse a explicar tudo, estaríamos aqui toda tarde. Temos uma seleCção nacional com jogadoras muito experientes, acolhedoras, coesas e que  transmitiam boa energia. Claro que estava muito nervosa por ser um campeonato onde participam pessoas mais velhas e, com a minha idade, elas estiveram sempre presentes e persistentes a dizer:  tu podes, a idade não conta quando o teu talento é superior.

Por força da lesão acima referida, Chanaya Pinto vai falhar o Campeonato Africano sub-18, prova  a decorrer de 10 a 19 de Agosto, em Maputo. Como é que se sente? E que mensagem deixa ficar as colegas da selecção nacional?

(Respira fundo)… Tocou na minha ferida. Consoante o meu sentimento,  acho que toda gente sabe, como já havia referido, que é com muita dor quando percebes que não podes fazer algo que mais gostas.  Mesmo eu, até agora, não acredito que não vou poder participar deste campeonato. Todos os dias acordo e digo: é um sonho. Tu amanhã vais estar lá com a equipa a apoiar e dar o teu contributo. Ok,  Moçambique precisa de mim. Mas as minhas colegas estarão lá de certeza e, creio, vão fazer o máximo possível. E a mensagem que eu queria deixar para elas é: força meninas, muita garra e nunca desistam.

Quais são as metas que pretende alcançar e quais são os sacrifícios a considerar?

Este ano, as minhas metas são de ser campeã na Liga Portuguesa. É  uma das primeiras prioridade é voltar a representar Moçambique no "Afrobasket" e superar o  quarto lugar que alcançamos ano passado. Tenho como prioridade também trabalhar, recuperar a lesão e trabalhar porque preciso trabalhar muito para superar as minhas metas.

Olhando para sua prestação em campo quais são os pontos fortes e quais pensa que pode melhorar?

Os pontos fortes são o lançamento exterior e  as penetrações. Os pontos que tenciono melhorar são defensivos e alguns ofensivos.

Qual foi até então o ponto mais alto da sua carreira? E qual foi o mais baixo?

O ponto mais alto da minha carreira foi em 2017  quando fui convocada a selecção sénior que disputou o “Afrobasket” em Bamako, Mali. E penso que o ponto mais baixo da minha carreira é este que estou a passar agora. Nunca tinha passado por uma lesão que requer uma operação e muito tempo de espera e recuperação.

Uma mensagem para aqueles que a admiram e acompanham  o basquetebol moçambicano…

Vão atrás dos vossos sonhos e, acima de tudo,  nunca parem de lutar porque as portas sempre estarão abertas. Insistam. Persistam e sempre porque a porta vos será aberta.

Altura:1.80 metros

Idade: 18 anos

Prato: xima com peixe e couve com tomate e cebola.

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