Os crimes de corrupção prejudicaram o Estado em mais de um bilião de meticais no último ano. As autoridades conseguiram recuperar mais de 77 milhões de meticais, 34 viaturas e 22 casas. A informação consta do informe anual da Procuradoria-geral da República.
É já na próxima semana que a Procuradora-geral da República vai ao Parlamento apresentar o informe anual sobre as actividades do Ministério Público. O “O País” teve acesso ao informe que aborda vários processos de corrupção, com destaque para o caso que envolve Helena Taipo, detida esta semana indiciada de ter recebido cerca de 100 milhões de meticais desviados do Instituto Nacional de Segurança Social.
Segundo o informe, a antiga ministra do Trabalho recebeu em 2014 e por quatro vezes avultadas somas de dinheiro provenientes de empresas privadas que haviam celebrado contratos com o INSS.
Como forma de garantir a assinatura de contratos, Helena Taipo impunha que as empresas procedessem à sobrefacturação, incorporando, assim, os valores de suborno que mais tarde eram passados à antiga ministra por outras pessoas.
Além de Helena Taipo, o processo tem sete arguidos, sendo que a antiga ministra é a única que está em prisão preventiva, depois de Lúcio Sumbana ter sido solto mediante pagamento de caução. Ainda relacionado em este processo, o informe indica que foram congeladas sete contas bancárias e apreendidas 27 viaturas e sete imóveis.
Mas de 2018 a esta parte, o Ministério Público apreendeu um total de 34 viaturas e 22 imóveis, durante a instrução preparatória de cerca 1.700 processos tramitados.
Dos mais de um bilião de meticais desviados dos cofres do Estado, foram recuperados apenas 77.4 milhões de meticais, na fase de instrução preparatória.