O presidente angolano, João Lourenço, admitiu em entrevista à RTP concorrer a um segundo e último mandato. "Se até lá estiver de boa saúde, em princípio vou concorrer", admitiu.
O terceiro presidente de Angola desde a independência do país disse que quando chegou ao poder encontrou um país sem saúde financeira.
João Lourenço apontou como motivos da situação a falta de diversificação da economia, que continua assente na exportação de petróleo.
"O caminho é este. O ambiente propício ao investimento está aí, foi criado em tempo recorde. Em pouco mais de um ano, combatemos os monopólios, estamos a fomentar a concorrência entre as empresas e com este novo ambiente temos a garantia de que é uma questão de tempo, vamos aumentar a quota do sector não petrolífero na economia nacional", disse, estipulando a agricultura, a indústria, as pescas e o turismo como "prioridades".
João Lourenço sucedeu em Setembro último, igualmente, a José Eduardo dos Santos na liderança do MPLA e, desde então, que as relações entre ambos se deterioraram, nomeadamente com a detenção do filho do ex-Presidente José Filomeno dos Santos e com as críticas públicas de João Lourenço à forma como a transição foi conduzida pelo anterior chefe de Estado, escreve o Notícias ao Minuto.
O presidente angolano afastou pelo menos 230 governantes, administradores de empresas públicas e altas chefias militares, a um ritmo de uma exoneração a cada dois dias, valendo-lhe a alcunha popular de "exonerador implacável".
Em paralelo João Lourenço promoveu cerca de 400 nomeações, as quais, a par das exonerações, permitiram, no espaço de um ano, afastar do poder praticamente todos os que tinham sido nomeados, alguns poucos meses antes das eleições de Agosto de 2017, por José Eduardo dos Santos, chefe de Estado desde 1979.