O número de mortes devido à violência da polícia e dos soldados de Myanmar (antiga Birmânia) desde o golpe de Estado de 01 de Fevereiro subiu para 320. Maior parte das mortes ocorreram durante os protestos contra militares.
De acordo com a Associação para o Auxílio aos Presos Políticos (AAPP), citada pelo Notícias ao Minuto, o balanço de vítimas ultrapassou os 300 mortos, ontem, depois da morte de civis em várias cidades do país, atingidos pelos disparos das forças de segurança durante manifestações.
A primeira vítima da violência da polícia e do exército registou-se no dia 08 de Fevereiro, tendo a maioria das mortes ocorrido no mês de Março, sobretudo no passado dia 14, quando 78 pessoas foram mortas pelas forças de segurança.
A vítima mortal mais jovem até ao momento foi uma criança de sete anos que morreu depois de ter sido atingida no estômago durante uma busca à casa onde residia com a família, em Mandalay. E um homem de 78 anos é a vítima mais idosa da repressão dos militares e dos polícias.
“As condições na Birmânia estão a deteriorar-se e provavelmente vão piorar se não se verificarem respostas concretas e imediatas de apoio a todos aqueles que são atacados”, disse o relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos na Birmânia, Tom Andrews.
Em comunicado, Andrews lamentou que “não se está a fazer o suficiente para travar a crise”, e instou a União Europeia, os Estados Unidos e a República Popular da China a convocarem uma cimeira de emergência com todas as partes, incluindo os deputados eleitos “depostos ilegalmente” e aqueles que formaram um governo civil clandestino.
Apesar da repressão, os birmaneses continuam a sair às ruas todos os dias em protesto contra a Junta Militar e exigindo a libertação dos líderes políticos que se encontram presos, incluindo a líder da Liga Nacional para a Democracia, Aung San Suu Kyi.