A presidência do Sudão do Sul anunciou sexta-feira o adiamento das eleições por dois anos. O adiamento estende desta forma o período transição resultante do acordo de paz entre forças beligerantes.
Os cidadãos sudaneses esperam eleger seus líderes desde que o país conquistou sua independência em 2011. A mais nova nação do mundo é ainda atormentada pela violência, pobreza e disputas políticas.
O acordo de paz feito há seis anos encerrou uma guerra civil de 2013-2018 entre o presidente Salva Kiir e seu maior rival, o vice-presidente Riek Machar. As disputas entre os dois têm atrasado repetidamente uma transição que deveria abrir caminho para futuras eleições.
A presidência local anunciou uma extensão do período de transição do país por dois anos, bem como o adiamento das eleições, que estavam inicialmente programadas para Dezembro de 2024, para Dezembro de 2026.
Disposições essenciais do acordo de transição continuam não cumpridas, incluindo a criação de uma constituição nacional e a unificação das forças rivais de Kiir e Machar, deixando a comunidade internacional cada vez mais irritada.
No início deste ano, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos partidos que tomassem medidas urgentes para permitir que a eleição acontecesse, enquanto a Missão da ONU no Sudão do Sul alertou sobre a falta de conhecimento técnico, jurídico e operacional necessário para que a votação ocorresse em Dezembro.
Recorde-se que o Sudão do Sul passou quase metade de sua existência como nação em guerra e continua a ser atormentado por surtos de violência étnica com motivação política.