Importadores de produtos no Mercado Grossista do Zimpeto reclamam dos custos de importação e alertam que os preços da batata-reno e da cebola poderão subir novamente. O jornal O País constatou, também, no terreno, que há escassez de alguns produtos.
O preço da cebola, que tira sono às famílias moçambicanas há semanas, já começa a baixar. Até este domingo, o produto esteve a ser comercializado no intervalo de 500 a 600 Meticais, quando antes chegava a custar cerca de 800 Meticais.
“Estou um pouco animada porque verifiquei que os preços tendem a baixar. Já dá para organizar alguma coisa em casa. Antes, a cebola estava muito cara, mas agora comprei a quase metade do preço que era praticado”, disse Alice Chaúque, consumidora.
Os revendedores dizem-se aliviados. “Já estávamos a passar mal. Os nossos negócios já estavam a ficar prejudicados. Assim, já dá para gwevar (comprar a grosso). Esperamos que os custos continuem a diminuir para o bem das famílias moçambicanas”, afirmou Marta Américo, revendedora.
Enquanto as coisas parecem melhorar para os consumidores, os importadores dizem estar a acumular prejuízos, já que, segundo eles, os preços praticados, actualmente, no mercado criam insustentabilidade nas suas actividades.
“Estes preços que estão a fazer circular aqui, no mercado do Zimpeto, não vão de acordo com os nossos gastos. A cebola que baixou é a de menos qualidade, mas a que é boa permanece cara de onde importamos, neste caso, na África do Sul. Estamos a somar prejuízos. Este cenário tem de se reverter”, apelou Emília Nhantumbo, importadora e vendedora de cebola no mercado do Zimpeto.
Face à situação, os encarregados pela disponibilidade de produtos no Mercado Grossista do Zimpeto equacionam agravar os preços.
“A batata é que vai registar uma subida pela procura e a produção ainda não é suficiente. Só daqui a dois meses, com o aumento da produção nacional… Dependendo da importação, não ajuda muito, no que diz respeito ao abastecimento do mercado”, explicou Abílio Marrime, porta-voz dos importadores.
E mais, estes pedem a intervenção do Governo para estabilizar preços no mercado, no sentido de garantir um fundo que vai beneficiar os importadores.
“Se o Governo criasse condições de abrir uma janela ao nível dos bancos com vista a disponibilizar uns 50 mil rands quando vamos exercer as nossas actividades de importação, creio que as coisas estariam melhor. Agora recorremos ao mercado negro para o efeito, o que acaba por sair mais caro”, explicou Abílio Marrime, porta-voz dos importadores.
Com excepção da batata-reno e cebola, outros produtos não viram os seus preços alterados nos últimos meses.