Timosse Maquinze, Chefe do Estado-Maior General da Renamo, está internado no Hospital Central da Beira (HCB), desde o início de Maio corrente, padecendo de derrame cerebral.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, foi, na manhã desta sexta-feira, solidarizar-se com o homem que é por si considerado peça fundamental no processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração das Forças Residuais da Renamo.
“É um homem que, no processo do diálogo, desde o tempo em que Afonso Dhlakama era líder da Renamo, na qualidade de Chefe do Estado-Maior, nos transmitiu a confiança muito cedo. Esta confiança manteve-se mesmo depois da morte de Dhkalama, pois ele, na altura, na qualidade de Chefe do Estado-Maior General, continuou a gerir as Forças Residuais da Renamo, dentro dos passos que já tinham sido dados anteriormente, ou seja, ele tomou as rédeas dos militares e sentimos que a Renamo era a mesma muito antes da eleição do novo presidente”, disse o Presidente da República
Filipe Nyusi assegura que “o general Manquize esteve sempre dentro do processo do diálogo e todas as vezes em que me desloquei a Gorongosa, para dialogar com Afonso Dhlakama, ele sempre esteve perto e falávamos sobre o DDR, onde sempre nos garantiu que as Forças Residuais da Renamo seriam todas desmobilizadas”.
Aliás, as poucas palavras pronunciadas pelo general Timosse Maquinze, no breve encontro com Filipe Nyusi, foram de encorajamento. “Senhor presidente, o processo de DDR não pode parar”.
O Chefe do Estado garantiu, de seguida, que continuará a envidar todo esforço no sentido de o DDR continuar até ao fim, envolvendo até os elementos da Junta Militar da Renamo.
Os médicos garantiram ao Presidente da República que o estado da saúde do general está a evoluir muito bem e que, a qualquer momento, poderá ter alta.
“Desejamos rápidas melhoras ao general Maquinze, para voltarmos a discutir assuntos ligados à pacificação do país. Por isso, vou garantir, pessoalmente, todo apoio necessário para que o nosso irmão Maquinze recupere rapidamente. Fiz-me acompanhar da minha médica particular, com o objectivo de reforçar os níveis de apoio que se pode dar a um paciente, como o general Maquinze, para a sua rápida recuperação”, garantiu Nyusi.
Timosse Maquinze ingressou na Renamo em 1978. Em princípios da década 80, já com a patente de Tenente-Coronel, foi indicado, pelo então líder da perdiz, Afonso Dhlakama, para abrir a frente sul e foi nomeado, em 1987, como primeiro comandante provincial de Maputo. Maquinze, depois dos Acordos de Roma, no âmbito do processo de pacificação do país e criação de um único exército, passou a integrar as Forças de Defesa e Segurança, em Boane.
Maquinze e dezenas de antigos guerrilheiros da Renamo, devido à idade, deixaram o exército cerca de 10 anos depois. Contudo, quando Afonso Dhlakama regressou às matas, em 2012, reivindicando eleições justas e transparentes e mudanças na lei eleitoral, Maquinze juntou-se a ele e foi nomeado Chefe do Estado-Maior General, cargo que ocupa até hoje.