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PR quer reformas urgentes nas FADM e exige combate sem desculpas ao terrorismo 

O Presidente da República, Daniel  Chapo, exigiu, esta sexta-feira, reformas profundas no sector  da Defesa Nacional e respostas imediatas no combate ao  terrorismo, alertando que “não podem existir desculpas, enquanto o  terrorismo não passar para a história”. O Chefe do Estado pediu que  comandantes e oficiais apresentem soluções concretas para eliminar  fragilidades internas que, segundo ele, ameaçam o próprio Estado. 

Durante a sua intervenção no XXVI Conselho Coordenador do  Ministério da Defesa Nacional, cuja abertura procedeu na qualidade  de Comandante-chefe das Forcas de Defesa e Segurança (FDS), o Presidente da República afirmou que o país enfrenta um momento  determinante e instruiu o reforço urgente das capacidades  operacionais das Forças Armadas, modernização estrutural e  tecnológica, e disciplina interna. 

“Não há nenhum desenvolvimento sem paz e segurança”, sublinhou,  recordando que a segurança é a “retaguarda segura” para  consolidar a Independência Económica. 

O governante moçambicano instruiu os participantes a debaterem  medidas para repor o efectivo militar nos locais onde se combate o  terrorismo e a resolver situações de oficiais em funções civis: “Todos  somos poucos no combate a este mal que é o terrorismo. Até ao final  do mês de Janeiro de 2026, devem ter a lista nominal de todos e com  indicação de onde estão e onde serão empenhados.” 

Ademais, alertou para práticas internas que fragilizam o sector,  instruindo a regularização de patentes, combate a militares que não  cumprem funções activas e ajustes no Serviço Cívico: “O Serviço  Cívico deve deixar de ser emprego para os limpinhos e fofinhos, tal  como alguns de vós lhes apelidam. É preciso sujar as mãos na  produção de comida para alimentarem a nossa força e reforçar a  nossa logística”. 

O Chefe do Estado instruiu ainda a eliminação de esquemas de  subsídios irregulares, reforço do recrutamento e formação de jovens  militares, e medidas para moralizar a força através de progressões de  carreira, formações especializadas e motivação institucional. “Usem  este Conselho Coordenador para destaparem alguns mistérios que  assombram este sector. Aproveitem tratar de assuntos sensíveis para  encontrar soluções airosas”, disse.

Apesar das críticas, o Comandante-chefe reconheceu avanços  recentes, incluindo a criação do Laboratório de Inteligência Artificial e  Ciber-segurança, a Unidade de Defesa Cibernética e a realização do  Primeiro Fórum da Indústria de Defesa Moçambique–Turquia. No  entanto, instruiu ainda o sector a não se contentar com o “básico” ou  “suficiente”, exigindo performance “muito boa” e “excelente”. 

O Presidente da República reiterou que a defesa nacional deve ser a  base para um Moçambique próspero e seguro, defendendo uma  maior articulação entre os diversos ramos das FDS, reforço da  inteligência, logística, mobilidade operacional e relação com as  comunidades. “É preciso que o povo veja nos nossos soldados os  verdadeiros amigos e porto seguro”, destacou. 

O governante também orientou que os debates se façam “sem  complexos e nem preconceitos”, aproveitando as  “portas fechadas” para tratar de assuntos sensíveis, e exortou a  unidade e disciplina como pilares do sucesso do sector: “O futuro da  segurança nacional constrói-se hoje, com coragem, disciplina,  determinação e visão estratégica”. 

Daniel Chapo concluiu reafirmando que a sobrevivência  do país depende das decisões tomadas no Conselho e do  cumprimento das instruções dadas. “O futuro de Moçambique  depende, em grande medida, dos que estão sentados nesta sala.  Que o espírito de serviço, de patriotismo e de responsabilidade  colectiva nos guie em todas as decisões”, finalizou.

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