O Presidente da República desafia os gestores do Porto de Maputo e dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique a solucionarem o problema de congestionamento provocado por camiões na Estrada Nacional Número 4. Filipe Nyusi falava hoje, após a inauguração do maior rebocador portuário do país.
Chama-se “Ntamo” (palavra em changana, que significa “força”). O rebocador de navios do Porto de Maputo foi inaugurado, esta segunda-feira, pelo Presidente da República.
A infra-estrutura tem a capacidade de reboque de 75 toneladas e pode realizar manobras ágeis, o que faz dele o maior que opera nas águas moçambicanas.
A inauguração acontece na sequência do lançamento das comemorações dos 120 anos de existência da infra-estrutura ferro-portuária da Cidade de Maputo.
“Os investimentos realizados pela MPDC não só garantem a segurança e eficiência operacional, como também colocam o Porto de Maputo entre os mais competitivos da região, traduzido pelo seu rácio operacional. Mas isso não acontece só aqui, em Maputo. Coisas idênticas acontecem na Beira. Dentro deste ano, iremos colocar à disponibilidade um porto em folha em Nacala. Portanto, a visão é integrada ao nível de todo o país”, disse Nyusi, durante a sua intervenção.
Depois de uma visita aos anos 1800, onde surge a necessidade de colocação de um porto (ponte-cais, na altura), Nyusi falou de evolução tecnológica, infra-estrutural e em recursos humanos, facto que resultou no aumento dos rendimentos da empresa.
“O conhecimento e o capital, trazidos pela concessão permitiram um salto na capacidade de manuseamento de carga, de cinco milhões, em 2003, para 25 milhões de toneladas, em 2022. É importante destacar o grande investimento no capital humano jovem e na modernização do sistema informático e digitalização dos processos”.
Num evento que contou, também, com a presença de antigos gestores do sector dos transportes, Filipe Nyusi desafiou a gestão do Porto de Maputo e dos Caminhos-de-Ferro a eliminar o congestionamento provocado por camiões na Estrada Nacional Número 4.
“Dr. Osório Lucas disse que vai aproveitar a presença dos colegas para reunir e discutir estrategas de mitigação dos impactos do congestionamento. Se eu tivesse informação com antecedência terá sugerido que entrassem (todos) num «school buss – machimbombo» com todos os pertences e alimentos, para rumarem ao Ressano Garcia. Tenham certeza que esgotaram todos os pontos da reunião ainda de conseguirem sair da cidade. Não por falta de vontade, mas porque não se anda ali”, desabafou Nyusi, apelando que neste encontra saiam decisões palpáveis e exequíveis.
Para Nyusi, uma das soluções passa por haver equilíbrio entre as cargas transportadas por via rodoviária e ferroviária.
“Temos dado passos importantes para mitigar o impacto do crescimento do porto sobre as nossas estradas, em particular a EN4, que é o principal corredor de transporte de Moçambique e a principal artéria do porto de Maputo. Urge encontrar soluções para que assegurar que o crescimento da economia ocorra em consonância com o bem-estar das nossas populações e a manutenção das outras infraestruturas de transporte que servem o corredor”.
Osório Lucas, Director-executivo do Porto de Maputo, respondendo a perguntas de Jornalistas, garante estarem em curso medidas que vão minimizar o engarrafamento.
Para lucas a redução de congestionamento não pode ser feto com a redução do negócio, porque este traz receitas para a economia, gera emprego, etc., “o que nos estamos a tentar fazer é, por m lado olhar para uma fronteira mais flexível, por isso estamos a trabalhar com as alfandegas, na digitalização da fronteira e por outro promover maior volume de carga ferroviária para Maputo. Essa promoção de carga ferroviária requer investimentos dos lado dos CFM e da TransNet, mas requer também melhoras de sistemas. Nós e os CFM estamos a trabalhar agora para integração dos nossos sistemas digitais, o que faz com que a comunicação seja mais fácil e a movimentação dos vagões também sejam mais fácil, para que tenhamos conhecimento atempado dos vagões que veem ao porto”.
O gestor disse ainda que “o que nós pretendemos é encontrar uma equação equilibrada entre o aumento do volume ferroviário e o contínuo aumento de carga rodoviária, mas que passara em horas de menor pressão (é nestes termos que decidimos investir no porto seco de phessene, porque aquilo não é um problema de volume de trafico, também de gestão. Isso também tem de ser combinado com as obras que a Trac está a fazer na EN4, penso que vai contribuir para uma melhor convencia entre os camiões e as viaturas particulares”, disse o director executivo.
O porto de Maputo iniciou as actividades a 7 de Agosto de 1903.