O governo congolês exige às Nações Unidas que assegurem que o seu porta-voz na República Democrática do Congo deixe o país o mais rapidamente possíve. O pedido foi feito por meio de uma carta oficial assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Christophe Lutundula.
“A presença deste funcionário em território nacional não é susceptível de fomentar um clima de confiança mútua e serenidade, tão essencial entre as instituições congolesas e a Monusco”, afirma Lutundula na carta citada pelo Notícias ao Minuto.
Uma fonte governamental referiu que os comentários feitos por Gillmann à RFI, em que afirmou que a Monusco não tem os meios militares para fazer face ao [movimento rebelde] M23, estão na raiz da tensão actual.
Desde 25 de Julho, vários grupos de manifestantes têm vindo a saquear instalações da missão da ONU, que se encontra na RDCongo desde 1999.
Segundo o Notícias ao Minuto, quatro capacetes azuis foram mortos em Butembo e, pelo menos, 28 manifestantes morreram no Goma, Butembo e Kanyabaonga, no Norte do Kivu. Quatro outros manifestantes foram eletrocutados em Uvira, no Kivu do Sul, quando uma manifestação em que participavam foi dispersa pelas forças de segurança.
A Monusco é uma das maiores missões das Nações Unidas destacadas no mundo, com cerca de 14.000 soldados presentes em várias cidades do leste do Congo.
Desde 2019, movimentos pró-democracia e alguns funcionários locais eleitos têm vindo a apelar à partida da Monusco, que acusam de se recusar a combater os cerca de 100 grupos armados ativos no leste do país.