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Educação com vários problemas no Timor-Leste

Há falta de infra-estruturas escolares, professores, suspensão da merenda escolar e más avaliações no sector da Educação no Timor-Leste, constatou uma comissão parlamentar timorense, apontando também problemas no ensino superior.

Além da “falta de infra-estruturas escolares em número suficiente e de qualidade para garantir a boa qualidade de ensino e aprendizagem que se deseja”, um relatório da Comissão G, de Educação, Juventude, Cultura e Cidadania, do Parlamento Nacional daquele país, aponta ainda a manutenção em funções de professores já em idade de reforma, mas “que continuam a ser precisos devido ao seu conhecimento da língua portuguesa, o que os torna por enquanto indispensáveis”.

No mesmo relatório, a que a Lusa teve acesso, indica-se também carências de equipamentos – carteiras, mesas e cadeiras – e de manuais.

O não funcionamento do Programa de Merenda Escolar e o elevado número de alunos por salas de aula foram igualmente referidos no relatório em questão, segundo a Lusa.
Por resolver está ainda a situação de “professores contratados e professores reclamantes”, a melhoria da metodologia do ensino para “tornar mais eficiente a aprendizagem no Timor-Leste” e a “necessidade da melhoria do sistema de protecção de saúde para os professores, aponta o documento.

“Tem havido alguns casos de morte súbita entre a classe docente, o que deixa perceber que falta o devido acompanhamento médico e melhoria da prestação de cuidados médicos aos professores”, acrescenta a Lusa.

O relatório nota ainda o problema do “atraso do funcionamento das Escolas CAFE, devido a ausência de professores”, referindo-se ao programa que conta com docentes portugueses e timorenses.

Há “necessidade de um novo estudo de viabilidade para o uso da língua materna como língua auxiliar no processo de ensino aprendizagem para ver se de facto existem vantagens no seu uso da forma como tem sido feito, por estar a colocar em segundo plano o ensino da Língua Portuguesa, quando as línguas maternas deviam servir apenas como auxiliares”, diz o órgão que temos citado.

NO ENSINO SUPERIOR

A nível do ensino superior, os deputados defendem a realização, “com a maior urgência”, de uma inspecção da Câmara de Contas à gestão da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL) para avaliar a gestão, tendo em conta “o problema das dívidas com os privados que continuam a assolar” a instituição.

Os deputados referiram, entre outras questões, a “desnecessidade de uma Cidade Universitária”, proposta pelo Governo para a vila de Aileu, a sul de Díli, “dada a necessidade que existe de, em primeiro lugar, criar as condições nos estabelecimentos de ensino que já existem e que carecem de condições”.

Os Deputados referiram ainda “o problema da avaliação e acreditação dos estabelecimentos de ensino superior que receberam qualificação de C, e que, portanto, não podem graduar pessoas, mas que continuam a funcionar sem mostrar sintomas de melhorias”.

Finalmente, no que se refere à UNTL, o relatório refere “a falta de qualidade de ensino ministrado por alguns Departamentos que foram avaliados e tiveram a classificação C, quando o Estado tem feito grandes investimentos no Ensino Universitário Público”.

Destaca ainda “o elevado número de alunos admitidos pela UNTL não tomando em consideração as condições reais existentes”, o que leva “à superlotação das salas de aulas e à diminuição da qualidade do ensino ministrado”, acrescenta a Lusa.

Os deputados apontam ainda a “necessidade de uma pesquisa alargada a nível nacional acerca das reais necessidades do país em termos de recursos humanos qualificados para se saber em que área se deve concentrar a formação universitária”.

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