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População é pouco beneficiada pelas riquezas do país

O desenvolvimento económico de Moçambique, nos últimos anos, tem se refletido pouco na vida dos moçambicanos, principalmente na saúde e educação. Quem o diz é a Directora Nacional de Políticas Económicas e Desenvolvimento no Ministério da Economia e Finanças, Enilde Sarmento.

Nos últimos 10 anos, Moçambique registou um considerável crescimento econômico, influenciado principalmente pela descoberta e exploração dos recursos minerais.

Mas este crescimento não vem acompanhado de melhorias nas condições básicas de vida das populações, de acordo com a explicação da Directora Nacional de Políticas Económicas e Desenvolvimento no Ministério da Economia e Finanças.
“Há um crescimento mais ou menos consolidado ao longo do tempo. Há alguma melhoria em alguns indicadores bastante importantes. No entanto, os desafios de crescimento inclusivo, como tal, persistem. Persistem desafios e constrangimentos do lado fiscal, como é de conhecimento de todos nós”.

A dirigente explica que os recursos são escassos, assim como a alocação de recursos para sectores prioritários, tanto do ponto de vista social como econômico, tem sido difícil.

“Com especial atenção para os setores sociais, onde há uma tendência de manutenção daquilo que é a alocação de recursos para setores de educação, de saúde. Nos anos em que os choques são maiores, há uma tendência de reduzir aquilo que é a alocação de recursos para esses setores”, explicou, referindo-se aos sectores da Saúde, Educação e Saneamento do meio.

Enilde Sarmento avança alguns desafios que urge ultrapassá-los, principalmente nas áreas da saúde e educação e saneamento do meio.
“Trazemos aqui apenas alguns exemplos de agricultura, pesca e indústria e fazemos referência à Estratégia Nacional de Desenvolvimento, que é um instrumento macro e principal com um horizonte de 20 anos, que define claramente qual é a trajetória do desenvolvimento do país, define os setores prioritários e as áreas prioritárias. Precisamos melhorar os programas de proteção social, precisamos de emprego produtivo e de bases alargadas. Precisamos criar um ambiente de negócios favorável”, defendeu.

Jaime Comiche, representante das Nações Unidas, defendeu a necessidade de mais investimento nas comunidades, sobretudo rurais, para evitar conflitos igual ao de Cabo Delgado.

Os intervenientes falavam na terça-feira, em Maputo, durante o primeiro dos três dias de debate sobre a evolução da arquitetura financeira internacional.

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