A nova estratégia italiana de cooperação com África tem por objectivo controlar os fluxos migratórios para Itália e Europa, segundo anunciou a primeira-ministra, Giorgia Meloni.
O “Plano Mattei’ pode contar com 5,5 mil milhões de euros entre créditos, doações e garantias”, disse a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, citada pela DW.
A governante explicou que o valor total soma “cerca de 3,0 mil milhões do Fundo Italiano para o Clima e 2,5 mil milhões do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento”.
A chefe do Executivo italiano falava na abertura de uma cimeira que reúne 22 chefes de Estado e de governo africanos, líderes da União Africana (UA), da União Europeia (UE) e das principais organizações multilaterais durante o dia de hoje no Palazzo Madama, sede do Senado italiano, em Roma.
A nova estratégia foi baptizada em homenagem a Enrico Mattei, fundador da gigante estatal italiana da energia Eni, que nos anos 50 defendeu uma relação de cooperação com os países africanos, que passava por ajudá-los a desenvolver os seus recursos naturais.
Um grande centro de formação profissional para as energias renováveis em Marrocos, projectos de educação na Tunísia e de acessibilidade sanitária na Costa do Marfim são exemplos de “alguns dos projetos-piloto” do “Plano Mattei”, de acordo com Meloni.
Segundo a DW, a proposta da Itália é “tornar-se um centro natural para o abastecimento energético de toda a Europa”, um “objectivo que, segundo Meloni, pode ser alcançado se a energia for utilizada “como uma chave para o desenvolvimento de todos”.
O objetivo do “Plano Mattei” é construir uma nova parceria entre a Itália e o continente africano que se estenda à UE, dando a Roma uma maior influência internacional, nomeadamente na zona do Mediterrâneo, permitindo-lhe um maior controlo da imigração.