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A Assembleia da República aprecia, hoje, a proposta de lei que altera o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA). Ainda na mesma sessão, o parlamento vai debater o projecto de resolução que elege os membros da Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), na generalidade e na especialidade.

A proposta submetida a Assembleia da República visa restaurar, a título temporário, a isenção do IVA sobre três categorias de bens essenciais: açúcar, óleos alimentares e sabões. Esta isenção abrange toda a cadeia de produção e comercialização, bem como a importação de matérias-primas, equipamentos, peças e componentes destinados às respectivas indústrias.

O Presidente da República, Daniel  Chapo, manteve, na noite desta Terça-feira, um encontro no distrito de Báruè, em Manica, com o  Mandatário Especial do Presidente do Gana, John Dramani  Mahama. A audiência teve como principal objectivo a entrega de uma  mensagem oficial do Chefe do Estado ganês, relacionada com a  candidatura de Muhammad Adam ao cargo de Secretário-Geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), para o mandato  2026-2029.

Segundo o comunicado da Presidência da República, o acto insere-se no âmbito das acções diplomáticas  do Gana em busca de apoio para o seu candidato, cuja eleição  está agendada para ocorrer durante a 123.ª Sessão da  Assembleia Geral da OMT, a ter lugar entre os dias 29 e 30 de  Maio corrente. 

Durante o encontro, foram partilhadas visões sobre a importância  do turismo como motor do desenvolvimento sustentável, bem  como reforçadas as relações de amizade e cooperação entre  Moçambique e Gana. 

Daniel Chapo agradeceu a consideração do seu  homólogo ganês, reiterando o compromisso de Moçambique em  fortalecer os laços de solidariedade no seio da diplomacia  africana multilateral.  

Muhammad Adam é um diplomata e o candidato oficialmente  apoiado pela União Africana para o cargo de Secretário-Geral  da Organização Mundial do Turismo (UN Tourism) no mandato de  2026 a 2029. Sua candidatura foi formalmente apresentada por  Gana e conta com o apoio activo do presidente John Dramani  Mahama, que tem feito campanha junto à comunidade  diplomática internacional para angariar votos em seu favor.

O Presidente da República, Daniel Chapo, reiterou esta terça-feira o seu compromisso com uma governação próxima do cidadão, durante um comício popular em Catandica, sede distrital de Báruè, na província de Manica. No encontro, o Chefe de Estado ouviu atentamente as preocupações da população local e garantiu que estas serão transformadas em instrumentos de governação para a melhoria das condições de vida.

A visita de trabalho à província de Manica insere-se no esforço de acompanhamento directo dos programas de desenvolvimento e no reforço da governação participativa. “Quando tomámos posse, dissemos que iríamos fazer uma governação mais próxima do povo. E isso significa sair do gabinete, vir ao encontro do povo e ouvir as suas preocupações”, afirmou o Presidente.

Durante o comício, os residentes de Catandica reconheceram os esforços do Governo nos primeiros 100 dias de mandato, destacando a liderança de Chapo como comprometida com o bem-estar da população. A comunidade apelou à construção de mais escolas, centros de saúde, estradas, sistemas de irrigação e à mecanização agrícola, com vista ao aumento da produção e à melhoria do escoamento dos excedentes.

O estadista moçambicano reforçou a importância do diálogo inclusivo e da confiança nas instituições eleitorais, usando o futebol como metáfora para apelar à serenidade: “As eleições deviam ser como um jogo de futebol. Na política não há inimigos. […] Quem diz que uma equipa ganhou não é a própria equipa, mas um árbitro. […] Acabou o jogo, as equipas cumprimentam-se e ficam à espera de outro jogo”.

Chapo condenou também os actos de violência, vandalismo e sabotagem de infra-estruturas públicas e privadas registados após as eleições gerais de 2024. “Quando destruímos um sistema de abastecimento de água, quem vai precisar amanhã somos nós. As manifestações violentas, criminosas e ilegais não ajudaram a ninguém”, alertou.

O Presidente sublinhou ainda que a paz, a unidade nacional e a reconciliação são essenciais para o progresso do país. “A violência gera violência, o ódio gera ódio. Temos que semear a paz, o perdão e a reconciliação. Não há desenvolvimento sem paz e segurança”, frisou, apelando ao envolvimento de todos os cidadãos na manutenção de um ambiente favorável ao crescimento.

No seu discurso, destacou os ganhos obtidos ao longo dos 50 anos da independência nacional, referindo que esses avanços devem ser valorizados e protegidos. Enfatizou também que o desenvolvimento depende do trabalho árduo e do compromisso colectivo. “Não temos como desenvolver Moçambique sem trabalho”, declarou.

Segundo o Presidente, esse esforço não se limita ao emprego formal. “O trabalho não é só onde há patrão e empregado. É também trabalhar a terra, produzir alimentos, vender parte e guardar outra parte”, disse, promovendo a auto-suficiência alimentar como base da soberania e desenvolvimento económico.

O Conselho de Ministros reuniu-se esta terça-feira, na cidade de Chimoio, província de Manica, para a sua décima sessão ordinária, onde aprovou medidas estruturantes para a Administração Pública. Em destaque, está a aprovação do novo Sistema de Carreiras, Remunerações e Qualificadores Profissionais, que revoga os Decretos nº 30/2018 e nº 14/2017.

A nova regulamentação visa alinhar os níveis salariais com a Tabela Salarial Única (TSU), estabelecendo critérios claros para progressão na carreira e corrigindo assimetrias resultantes da reforma iniciada em 2022. O objetivo é harmonizar os qualificadores profissionais com os salários, definir tetos e pisos para cada carreira, além de uniformizar a evolução funcional em todos os setores do Estado.

De acordo com o Governo, esta revisão representa uma etapa crucial da reforma administrativa e responde às principais preocupações levantadas por funcionários públicos nos últimos anos. A proposta foi construída com base num processo participativo que envolveu todas as províncias, setores de atividade e gestores de recursos humanos.

“Esta medida vai melhorar a gestão de carreiras, minimizar os problemas reportados pelos funcionários e criar uma base sólida para a realização de atos administrativos”, garantiu o porta-voz do Governo.

APOIO ÀS VÍTIMAS DA LIXEIRA DE HULENE

Na mesma sessão, o Executivo aprovou um desembolso extraordinário de 2,52 milhões de meticais para apoiar as vítimas do deslizamento da lixeira de Hulene, encerrando assim um processo que já se arrastava há anos.

“Esta será a última transferência extraordinária relacionada com este episódio. O Governo quer encerrar este capítulo e virar a página”, afirmou o porta-voz.

PREPARATIVOS PARA OS 50 ANOS DA INDEPENDÊNCIA

O Governo avaliou ainda o ponto de situação dos preparativos para a celebração dos 50 anos da Independência Nacional, bem como a proposta de criação da Feira Regional do Corredor da Beira, como parte da agenda de valorização económica e cultural do país.

O Executivo reconhece que a implementação das reformas poderá enfrentar desafios, mas destaca que foram criadas condições institucionais para assegurar sua execução eficaz. As instituições públicas devem agora organizar-se para aplicar o novo sistema, conforme os parâmetros estabelecidos na Lei 5/2022, que criou a TSU.

 

“Não se trata de eliminar completamente os problemas, mas sim de criar um quadro sustentável para a evolução contínua da Administração Pública”, concluiu o representante do Governo.

A primeira-secretária da Frelimo em Inhambane, Adélia Macucule, presidiu, nesta segunda-feira, na cidade de Inhambane, à abertura das celebrações dos 63 anos do partido Frelimo e dos 50 anos da Independência de Moçambique. Com um tom de determinação e um apelo à união nacional, Macucule reforçou o papel histórico e contemporâneo da Frelimo na construção de um Moçambique forte, inclusivo e próspero.

Perante uma audiência composta por pessoas de todas as faixas etárias, Adélia Macucule começou por enaltecer os sacrifícios e as conquistas do partido ao longo de mais de seis décadas. “Hoje é um dia de celebração, mas, acima de tudo, um dia de renovação do nosso compromisso com Moçambique. Estes não são apenas números. São anos de sacrifício, de luta, de conquistas e de desafios superados em nome da liberdade, da paz e do progresso do nosso povo”, afirmou, com veemência, enquanto os presentes aplaudiam calorosamente.

O lema deste ano, “50 anos de independência: consolidando a unidade nacional, a paz e o desenvolvimento sustentável”, foi destacado como um chamado à acção. Macucule sublinhou que a frase transcende o simbolismo e se torna um grito de responsabilidade. “É um grito que ecoa em cada canto do nosso país, em cada lar, em cada coração moçambicano”, enfatizou, convocando todos os cidadãos a abraçarem este compromisso com renovada energia.

Adélia Macucule explorou o conceito de unidade como uma força motriz que sustenta a diversidade cultural, linguística e tradicional de Moçambique. “Moçambique é um mosaico de culturas, línguas e tradições. A nossa diversidade é a nossa riqueza, mas é a unidade que transforma essa diversidade em força”, afirmou. A líder destacou que a verdadeira unidade nacional se manifesta em momentos de crise, como os ciclones que devastaram a costa do país e as ameaças terroristas no Norte. “Foi a unidade nacional que nos manteve de pé”, declarou, reforçando a necessidade de práticas diárias de solidariedade e compromisso colectivo.

Macucule fez uma defesa enfática da paz como um dos pilares fundamentais do desenvolvimento. Para ela, a paz não é apenas a ausência de conflito, mas sim um estado que garante segurança, educação e a possibilidade de sonhar com um futuro melhor. “A paz exige vigilância. Não podemos tolerar actos de violência que procuram dividir-nos como povo. Não podemos permitir que o discurso de ódio tenha espaço na nossa sociedade”, alertou, apelando à responsabilidade de todos em proteger este bem precioso.

O desenvolvimento sustentável foi outro tema central do discurso. Macucule destacou os esforços de Inhambane para equilibrar o crescimento económico com a preservação ambiental e cultural. Ela apontou o gás de Temane como um exemplo de recurso que, se gerido com transparência, pode transformar a vida das comunidades locais. “Este recurso deve ser gerido com responsabilidade, para que não apenas contribua para o crescimento económico, mas também melhore a vida das comunidades locais”, sublinhou. No sector do turismo, a primeira-secretária defendeu uma abordagem equilibrada que valorize a cultura e proteja o meio ambiente, enquanto atrai investimentos.

Com uma visão para o futuro, Adélia Macucule enfatizou que as celebrações deste ano são um compromisso renovado para erradicar a pobreza extrema, combater a corrupção e assegurar que o desenvolvimento chegue a todas as regiões do país. “Unidade, paz e desenvolvimento sustentável não são apenas palavras. São os pilares sobre os quais construiremos o Moçambique que sonhamos”, afirmou, encerrando o discurso com um apelo à acção colectiva.

A primeira-secretária aproveitou a ocasião para lembrar a todos do papel central da Frelimo na história de Moçambique. “A Frelimo é mais do que um partido; é a alma desta nação. Foi a Frelimo que liderou a luta pela independência, que trouxe a paz e que continua a ser a força motriz do desenvolvimento de Moçambique”, declarou, arrancando aplausos emocionados da audiência.

Enquanto os 63 anos do partido são celebrados com orgulho, Macucule destacou que os próximos 50 anos exigirão ainda mais dedicação e coragem para consolidar as conquistas alcançadas. “Este é o momento de enfrentar os desafios com determinação, consolidar as nossas conquistas e construir um país onde ninguém seja deixado para trás”, disse, olhando para o futuro com esperança e determinação.

O discurso de Adélia Macucule não apenas celebrou o passado do partido, mas também lançou desafios claros para o futuro. Com uma mensagem de união, resiliência e compromisso com o desenvolvimento sustentável, a primeira-secretária inspirou a audiência a trabalhar incansavelmente por um Moçambique inclusivo e próspero.

O Presidente da República iniciou, esta segunda-feira, a sua primeira visita à província de Manica, com um discurso de apelo à paz, tolerância e  desenvolvimento inclusivo, num comício popular que marcou o  arranque de uma jornada de três dias dedicada à auscultação dos  cidadãos, promoção do diálogo e valorização do potencial local. 

Durante o seu discurso, Daniel Chapo reafirmou o compromisso  do Governo com uma governação participativa e próxima do 

cidadão. “Queremos trabalhar para avaliar como é que o nosso  Governo está a trabalhar com o nosso povo em Manica. Quando  tomámos posse dissemos que iriamos trabalhar mais próximos da  população. É por isso que estamos aqui em Chimoio”, disse. 

O estadista sublinhou que a visita é um gesto concreto do  compromisso com o povo, acompanhado de um vasto programa de  trabalho, que inclui a realização, esta terça-feira, da sessão ordinária  do Conselho de Ministros na cidade de Chimoio, facto que, segundo  afirmou, transforma temporariamente a cidade na capital do país. 

Apontou a inauguração, hoje, do Centro de Formação Profissional de  Chimoio como resposta directa às preocupações da juventude com o  desemprego.  

Com o país a viver o rescaldo das tensões pós-eleitorais de 2024, o  Presidente da República condenou os actos de violência que  resultaram na destruição de infra-estruturas públicas. “A violência gera  violência, o ódio gera ódio. É uma lei da natureza. Cada um costuma  colher o que planta. Se você quer colher o amor, tem que plantar o  amor”, alertou, acrescentando que na política “não há inimigos, só há  adversários”. 

A população local, através de uma mensagem dirigida ao Presidente Chapo, elogiou a governação nos primeiros 100 dias, destacando a resposta clara às suas preocupações e os esforços de diálogo com  todas as forças vivas da sociedade. Entre as principais reivindicações,  pediram mais escolas, hospitais, esquadras e sistemas de água, ao  mesmo tempo que se comprometeram a preservar as conquistas e  evitar acções de instabilidade. 

O Presidente da República abordou também a questão do garimpo  ilegal e da poluição ambiental, confirmando a suspensão das  actividades de cinco empresas e aplicação de multas. “Vamos  organizar os jovens e lhes ensinar a trabalharem como deve ser, sem  riscos”, disse, deixando aos líderes locais a responsabilidade de  garantir uma actividade mineira mais segura e regulamentada. 

Ao abordar os 50 anos da independência nacional, o governante  rejeitou a ideia de que houve poucos avanços desde 1975. Destacou  que, actualmente, há universidades espalhadas por todo o país e que,  ao contrário do cenário da independência, quando 97 por cento da  população era analfabeta, essa realidade já foi superada. Ainda  assim, reconheceu que há muito por fazer. 

O Presidente da República,  Daniel Chapo, realiza uma Visita de Trabalho de três dias à  província de Manica. A agenda do Chefe do Estado inclui deslocações à cidade de  Chimoio e aos distritos de Báruè, Tambara, Macossa, Mossurize e  Sussundenga, no âmbito do acompanhamento directo dos  programas de governação e de desenvolvimento local.

Durante a visita, o Presidente da República irá inaugurar um  Centro de Formação Profissional, dirigir comícios populares,  presidir sessões do Conselho Executivo Provincial e do Conselho  de Ministros, reunir-se com líderes comunitários, agentes  económicos, jovens, funcionários e autoridades locais, bem  como lançar oficialmente a Campanha de Comercialização  Agrária 2024/2025. 

A agenda inclui também a inauguração de  edifícios para tribunais distritais. Acompanham o Chefe do Estado os Ministros do Interior, Paulo  Chachine; das Finanças, Carla do Rosário Louveira; da  Administração Estatal e Função Pública, Inocêncio Impissa; da  Agricultura, Ambiente e Pescas, Roberto Mito Albino; da  Economia, Basílio Muhate; da Juventude e Desportos, Caifadine  Manasse; e da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos,  Mateus Saíze.

O partido Frelimo diz que durante a marcha da tocha da unidade, o povo tem mostrado uma postura de cidadania e manifestação da paz e reconciliação entre irmãos. Pedro Guiliche, porta-voz do partido, avança que no decorrer da marcha, vários jovens “têm pedido perdão pelos excessos cometidos durante as manifestações”.

Contra votos das bancadas de Renamo e do MDM, a Frelimo e o PODEMOS aprovaram, neste sábado, o Plano Económico e Social e Orçamento do Estado para 2025. A Primeira-ministra, Benvida Levi diz que a proposta aprovada é a possível e não a ideal.

No segundo e último dia do debate em torno da proposta de lei do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado, dedicado às perguntas de insistência dos deputados ao Governo, as divergências continuaram notórias. De um lado a bancada da Frelimo a considerar o instrumento como sendo o espelho da realidade e, do outro lado, a oposição reitera que o plano não é, nem de longe, realista. 

A primeira-ministra até tentou fundamentar. Porém, com opiniões contrárias, o PESOE foi à votação.

A Frelimo e o PODEMOS votaram a favor da proposta do Executivo de Daniel Chapo, aprovando assim o instrumento. A Renamo e o MDM votaram contra. O PODEMOS, que também reconhece as lacunas do instrumento, diz que votou a favor por ser um partido responsável.

A Frelimo, que suporta o proponente, diz estarem criadas as condições para o Governo trabalhar. 

Esta é a primeira vez que o PESOE é aprovado cinco meses depois do início do ano, um facto justificado pelas manifestações pós-eleitorais ocorridas no ano passado, bem como o início do mandato de um novo Governo.

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