O PODEMOS diz que Venâncio Mondlane venceu as eleições presidenciais de 9 de Outubro, com 53,30% de votos, e que o partido conseguiu 138 assentos para o Parlamento. O partido submeteu, esta segunda-feira, à Comissão Nacional de Eleições um recurso de contencioso e juntou todas as provas que julga inquestionáveis para que o Conselho Constitucional tome uma decisão a seu favor.
Foram cerca de 300 quilogramas de documentos empacotados em caixas, compostos por actas e editais recolhidos nas mesas de voto pelos delegados de candidatura do PODEMOS, no dia 9 de Outubro, que foram levados, na tarde deste domingo, à CNE pelo PODEMOS, para sustentar o seu recurso de contencioso com mais de 100 páginas, a reivindicar a vitória de Venâncio Mondlane na corrida à Presidência da República.
“Apresentamos aqui o que é a nossa contagem paralela, que, claramente, diante daquelas nossas aproximações, já vimos fazendo com o público, dá uma vitória ao engenheiro, com 53,30%, e veja que estes 53,30% representam já o arrolar de algumas actas já marteladas. Nós fomos, no máximo, até 71% de processamento do nosso material, ao mínimo de cerca de 49% ou 45% e um máximo de 71%. Depois isto dá, em média, cerca de 55%, e achamos que esta é uma amostra significativa que dá perfeitamente para nós percebermos, afinal de contas, qual é o comportamento do eleitor”, apontou Dinis Tivane.
O partido reivindica, igualmente, uma maioria absoluta no Parlamento.
“Fizemos uma contagem e PODEMOS lidera com 138 mandatos; a Frelimo tem 91 mandatos; na terceira posição está a Renamo, com 12 mandatos e, por fim, o MDM, com 7. Esta é a nossa leitura. Usámos o método de ontem, que é o estabelecimento de coeficientes em função da quantidade de votos e o número de assentos que estão proclamados para cada um dos círculos provinciais.”
O PODEMOS afirma que fez um apuramento de apenas 70% das actas e editais, porque o resto foi roubado, apesar de ter inscrito 30 868 delegados de candidaturas para cobrir 25 725 mesas de votos no país e no exterior.
Por estas bases apresentadas, o PODEMOS avança que as manifestações convocadas por Venâncio Mondlane vão continuar até que se restitua o que chama de verdade eleitoral.
“Nós vamos continuar com a nossa reivindicação e isto, desta vez, é até este regime vergar, até este regime ficar de joelhos perante o povo”, declarou.
Questionado sobre as manifestações, Dinis Tivane esclareceu que Venâncio Mondlane está alinhado com o PODEMOS em todas as suas decisões.
“Claramente, e nem podia ser diferente. Sabemos que essa pergunta, provavelmente, há de vir por causa do cenário do dia 21, mas o engenheiro já disse que existe um nível, porque é uma novidade, podemos assim dizer, são actos políticos ou acontecimentos políticos que representam até uma novidade. Então, há determinadas decisões que têm de ficar só para ele. E, muitas vezes, poderão perceber que, por causa de interesses alheios, ele opta por guardar a última decisão. Então, basicamente, é o que aconteceu outra vez, não aconteceu nada, não houve nenhuma desorganização, o que houve é que a última decisão foi a que ele tomou e não tinha sido de conhecimento de ninguém. Então, isso não há nenhuma contradição entre Podemos e o engenheiro Venâncio, muito pelo contrário, estamos perfeitamente alinhados”, esclareceu.
O PODEMOS exige a anulação das eleições nas zonas em que, supostamente, foi comprovada a fraude eleitoral, e que a CNE libere as actas que usou para o apuramento dos resultados apresentados.