António Pinto de Abreu tem um novo livro. Com o título “(Algumas das) Memórias que (eu ainda) retenho”, a aventura pelas letras do autor leva às prateleiras uma autobiografia que contém crónicas relacionadas.
A ser lançada quarta-feira, às 17h, no Montebelo Indy Maputo Congress Hotel, o livro de Pinto de Abreu começou a ser pensado/escrito há oito, nove anos, traduzindo experiências que o autor foi registando sobre o que viu, fez e contaram-lhe. Devido à diversidade temática dos assuntos imortalizados, “(Algumas das) Memórias que (eu ainda) retenho” está divido em capítulos, os quais incluem motivações que levaram o autor a escreve-lo. E porque é de autobiografia de que se trata, não faltam, ao longo das páginas, alusão aos locais onde o escritor nasceu, passou a infância ou frequentou os primeiros anos de escola. Nesta analepse, Pinto de Abreu recupera, inclusive, as suas vivências em Sofala, Gaza, Maputo e Zambézia, por exemplo.
Além disso, escritor leva aos seus leitores episódios da sua carreira no Banco de Moçambique, os tempos de escola em Cuba, os anos de docência, o casamento, a constituição da sua própria família, a paixão pelo desporto e pelas artes em geral.
Como forma de tornar o livro ainda mais interessante, Pinto de Abreu inseriu no livro fotografias feitas a nível familiar e resumos fotográficos de como era a vida dos estudantes em Cuba. Com esta publicação, o escritor espera ser útil aos que quiserem retirar da obra instrumentos de análise construtiva. “Espero que contribua para o leitor recuperar as lembranças das coisas boas que conquistamos e esquecemos”, afirmou.
“(Algumas das) Memórias que (eu ainda) retenho” conta com prefácio de Luís Bernardo Honwana, e, esta quarta-feira, será apresentado por Nataniel Ngomane, amigo de longa de longa data, com que esteve em Cuba a estudar.
O livro de 382 páginas sai sob a chancela da AEMO, e é o segundo da colecção Memórias, a seguir De todos se faz um país, de Óscar Monteiro.
A voz da autobiografia
“Neste percurso literário, sinceramente, julguei muito importante debruçar sobre várias questões de enquadramento familiar. Esta decisão surge na perspetiva de eu próprio sentir a necessidade de reconhecer a existência social da minha família e resgatar a sua origem. Para além disso, neste “(Algumas das) Memórias que (eu ainda) retenho” também busquei o sacrifício e o desempenho do Estado no sentido de aprofundar a qualidade da educação e operacionalizar a conquista da independência, sempre a partir das minhas vivências. Era preciso ver como esse percurso de busca da qualidade foi, o que falhou, o que foi feito. Penso que o livro pode ajudar aos diversos especialistas a debruçar-se sobre um percurso investigativo. Por fim, “(Algumas das) Memórias que (eu ainda) retenho” encerra com uma árvore genealógica”, informou António Pinto de Abreu.