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PGR apresenta esta quarta-feira o seu relatório anual sobre o estado da justiça

A Procuradora-Geral da República apresenta amanhã, no parlamento, o seu informe anual sobre o estado da justiça. 

Em 166 páginas do seu quarto e último informe do seu mandato, Beatriz Buchilli faz uma radiografia da criminalidade e justiça no país e as perspectivas do sector que dirige. Os deputados já tem o informe há algum tempo e foi com este pressuposto que definiram à nossa reportagem, as espectativas em torno da sessão desta quarta-feira.

A bancada da Frelimo através do seu porta-voz Galiza Matos Júnior diz que a espectativa do seu grupo parlamentar está centrado no processo das chamadas dívidas ocultas, onde quer que a Procuradora Geral vá além do que o informe já traduz.

“Pensamos que devemos ouvir um pouco mais sobre questões das dívidas ocultas. O país deve recuperar os activos que se encontram um pouco por todo o mundo e aqui dentro do país para que possamos fazer aplicações em benefício dos moçambicanos” disse o porta-voz da bancada da Frelimo. 

Na mesma linha avança o grupo parlamentar da Renamo, que diz mesmo que Beatriz Buchilli tem a sua maior oportunidade para mostrar o seu alinhamento. 

“Entendemos que esta é uma das oportunidades única ou última para a Procuradoria-Geral da República, na pessoa da Procuradora Geral, de dizer ao povo moçambicano, primeiro, para quem trabalha como Procuradora e, segundo, se entende que o seu trabalho tem um trabalho positivo ou não ” desafiou Mohamed Yassin, em nome da bancada da Renamo.

Por seu turno, o porta-voz do MDM, Fernando Bismarque, diz que a sua bancada espera um informe que nos mostre, com toda a realidade, o rumo dos processos sobre as dívidas ocultas.

“Espero que as detenções que estão a ocorrer não sejam um teatro para beneficiar o partido no poder. Que sejam processos que possam culminar com a responsabilização das pessoas implicadas. Importante que se diga que não é esta gente apenas detida que está implicada nas dívidas ocultas. Espero que a procuradoria avance sem medo atras das pessoas implicadas” disse Bismarque. 

De casos de violação de menores (com destaque para os protagonizados pelos próprios progenitores) ao tráfico de pessoas, passando pelos crimes contra o património, até aos homicídios, Buchili traça um cenário preocupante do período que compreende 2018 a esta parte.

O informe que amanhã  será oficialmente apresentado, resume 2018 como um ano que “caracterizou-se pelo recrudescimento de homicídios e roubos que, pela forma violenta dos actos de execução e número de vítimas, criaram instabilidade no seio da sociedade”.

 

 

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