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União Europeia: “pessoas que votaram ultrapassam número da população eleitoral”

Foto: O País

A União Europeia diz que há províncias em que o número de eleitores era maior que os de pessoas com idade para votar. A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral também registou o mesmo problema, contudo, esta última entidade de observação eleitoral, depois de cruzar informações disse que tal resulta de um mal entendido.

A União Europeia e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral apresentaram esta sexta-feira, o seu balanço preliminar sobre as eleições do dia 9 de outubro. Até aqui, os observadores internacionais concluíram que as eleições foram pacíficas, porém, constataram algumas irregularidades.

Em algumas províncias, o número de eleitores excedeu o número de pessoas com idade para votar, segundo a União Europeia. “Verificou-se uma notável falta de credibilidade na fiabilidade dos cadernos eleitorais, uma vez que, em várias províncias, se refletia um número de eleitores superior ao da população total em idade para votar, referida no censo demográfico nacional”, apontou Laura Cereza, Chefe da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia.

Já a Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, SADC, diz que tudo não passa de uma má interpretação.

“A Missão notou que alguns colaboradores perceberam que havia mais pessoas recenseadas do que a população com idade para votar. A missão notou que a maioria dessas percepções foram baseadas em um entendimento errado da comunicação sobre a população registada para votar e o número total de pessoas elegíveis para votar”, clarificou Amani Abeide karume, Chefe da Missão de Observação Eleitoral da SADC.

A União Europeia constatou, igualmente, o enchimento de votos. “As equipas da União Europeia viram vários de boletins de voto dobrados em 10 mesas de apuramento observadas, o que indica um possível enchimento das urnas. Em um terço das mesas de apuramento observadas, não houve reconciliação dos números constantes dos editais”, disse Laura Bellarin Cereza.

Para maior transparência, os observadores recomendam que a CNE publique todos os editais para todos os interessados. “A Comissão Nacional das Eleições deve publicar, online, todos os editais originais das mesas de voto, para que todas as pessoas e actores políticos possam ter acesso a esta informação”, exortou.

A União Europeia e a SADC só irão divulgar os seus relatórios finais e recomendações, 30 dias após a divulgação dos resultados oficiais pela Comissão Nacional de Eleições.

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