Presidente da República falou à Nação após a eleição do país ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, afirmando que “estaremos perante um marco inédito e histórico para a política externa do país”. Filipe Nyusi salienta que Moçambique será a voz dos países africanos que procuram construir um futuro de paz.
Foi de caneta na mão, atento e tomando nota de todas as intervenções da 77ª Assembleia-Geral das Nações Unidas que o Presidente da República acompanhou um dos momentos mais importantes para a diplomacia moçambicana. Filipe Nyusi estava na Presidência da República, ao lado do número dois da diplomacia moçambicana (vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação) e o responsável máximo pela área da Defesa, quando tomou conhecimento da eleição do país como um dos 10 membros não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
Na Comunicação ao país, o Presidente da República salientou a importância desta eleição histórica. “Trata-se de um facto inédito nos 47 anos do percurso da República de Moçambique como Nação, que atesta o prestígio e o bom nome que o nosso país vem construindo ao longo dos anos e vem granjeando no concerto das nações”, descreveu o Chefe de Estado, para quem “um momento histórico para o país, um marco de que Moçambique se deve orgulhar”.
Filipe Nyusi espera que Moçambique utilize a sua experiência na gestão de conflitos, no mandato que começa no início do próximo ano. E o país tem vantagens comparativas, até porque, segundo Nyusi, “o nosso país tem história, cadastro e experiência de defender medidas de mitigação de conflitos e, acima de tudo, de promover soluções negociadas para a paz”. O Presidente da República assegura: “o nosso empenho mantém-se inabalável”. Aliás, diz Nyusi que “Moçambique está numa posição única, uma vez que traz consigo a sua própria experiência de construção da paz e segurança, isto é, a cultura de diálogo”.
As mudanças climáticas são outro dos temas que o país pretende ver em destaque no Conselho de Segurança da ONU. O Presidente detalha que “vamos trabalhar na afirmação da nossa qualidade de campeão de gestão de risco de desastres, recentemente outorgada pela União Africana, a favor dos países vulneráveis, sobretudo os países de África que enfrentam a insegurança crescente e migração massiva devido ao impacto climático. Acreditamos haver necessidade de acções concertadas ao nível multilateral para se fazer face às mudanças climáticas e ao nexo entre o clima e a segurança”.
Os assuntos africanos ocupam 60 por cento da agenda do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e o Presidente da República afirma que Moçambique será a voz dos africanos. “O nosso objectivo fundamental é contribuir, em conjunto com as outras nações do mundo, para a paz e segurança internacionais e consolidar o respeito que granjeamos no concerto das nações e, assim, contribuir para a realização do almejado desenvolvimento da nossa pátria, rumo à paz e prosperidade”, acrescentou.
Filipe Nyusi agradece a todos os países e organizações que apoiaram o país nesta corrida ao órgão mais importante das Nações Unidas.