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Pesquisas podem reduzir risco de contrair malária e doenças crónicas não transmissíveis

O programa científico das jornadas nacionais de Saúde compreende, além de sessões plenárias, um total de 34 sessões temáticas paralelas. É nessas sessões onde os investigadores Ayubo Kampango e Ivalda Macicame, do Instituto Nacional de saúde, apresentaram as suas pesquisas.

Uma das pesquisas foi realizada no distrito de Chókwè, em Gaza, onde há uma forte prevalência de mosquitos transmissores de doenças, devido ao regadio, a fim de medir o risco de contaminação por doenças transmitidas pelo mosquito, com especial enfoque para a malária.

“Este método pode permitir obter indicadores mais fiáveis que possam medir o risco que a população corre de contrair a malária na comunidade, principalmente quando a população está a socializar-se fora das suas casas. Porque a transmissão da malária já não é somente intra-domiciliária. Actualmente, tem-se verificado uma mudança de paradigma sobre as causas da malária”, disse Kampango.

A eficácia do “Shock-wé Trap” será testada em outros pontos do país e posteriormente poderá ser adoptado. “O estudo foi feito num contexto focal. mas, para o método ser adoptado e inserido no sistema de monitoria e vigilância dos vectores, é necessário que seja adoptado em diversos contextos”, referiu.

Mas as atenções também devem estar viradas às doenças crónicas não transmissíveis. Uma pesquisa desenvolvida no bairro da Polana-Caniço, na cidade de Maputo, envolvendo 910 pessoas entre 15 e 64 anos, concluiu que há sérios riscos de surgimento de doenças cardiovasculares, cancros e diabetes. “O estudo verificou que a maior parte dos homens consome mais tabaco e álcool que as mulheres e as taxas de inactividade física são muito altas. Apenas uma em cada quatro mulheres pratica actividade física recomendada.

A pesquisa deixa recomendações, tais como redução do consumo de álcool e prática de actividade física: “O álcool provoca cancro e outras doenças graves. É preciso ter atenção à dieta e dedicar um tempo à prática de actividade física”.

Os trabalhos apresentados nas jornadas nacionais de saúde, com a duração de quatro dias, são desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Saúde.

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