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Pescadores enfurecidos confrontam-se com fiscais das Pescas

Um grupo de pescadores no distrito de Moma, em Nampula, insurgiu-se contra os fiscais das Pescas esta segunda-feira, depois destes terem queimado redes consideradas nocivas à pesca. Os pescadores não concordam com a queima das redes, quiseram confrontar-se com os fiscais e a Polícia foi obrigada a disparar ao ar.

Uma equipa composta por fiscais das Pescas, Polícia Lacustre e de Protecção, fez-se à costa do distrito de Moma, em Nampula, para mais uma missão de fiscalização do cumprimento do período de veda para a captura de caranguejo de mangal que começou a 15 de Outubro e vai até 31 de Dezembro, assim como a veda para a captura do camarão de superfície que começou a 01 de Novembro e termina a 31 de Março.

Os pescadores não estavam no mar, mas porque a equipa encontrou redes finas usadas para a pesca, sendo que a decisão tomada foi queimar por se tratar de artes nocivas à pesca.

Do outro lado, um grupo de dezenas de pescadores, munidos de paus, organizava-se para uma confrontação física com as autoridades de fiscalização por não concordar com a queima daquelas artes de pesca.

De ânimos exaltados, Hassane Momade, um dos pescadores, falou ao “O País”, manifestando ira pela decisão: “eu nasci aqui, cresci aqui e vivo de pesca. O que nos preocupa é que estão a queimar nossas redes. Como vamos viver assim?”.

Com a confusão instalada, a polícia teve que efectuar disparos ao ar para dispersar os pescadores.

Leonid Santana, director nacional de Operações de Fiscalização da Pesca, explicou que “estamos a tomar medidas extremas e têm enquadramento legal. As artes (de pesca) quando são nocivas têm que ser confiscadas e destruídas. Para grandes males, grandes medidas e estamos a destruir para desencorajar o uso”.

O responsável lembrou ainda que não está proibida a pesca para todo o tipo de pescado.

“Não estamos a proibir a pesca. Estamos a dizer que há veda do caranguejo do mangal e caranguejo de superfície. Todas outras pescarias estão abertas”.

Situação flagrante foi encontrada no distrito de Angoche, ainda em Nampula, onde os fiscais, usando uma embarcação, fizeram-se ao mar e removeram uma longa rede de arrasto considerada nociva e que estava a ser usada para a pesca.

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