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Persistem redes criminosas de pesca ilegal da capenta na Albufeira de Cahora Bassa

Do ano passado a esta parte foram apreendidas 72 embarcações que de dedicavam a pesca ilegal da capenta. Augusta Maíta mostrou-se preocupada com a sofisticação dos modus operandi dos ilegais.

A pesca da capeta é muito lucrativa e com isso atrai muitos ilegais. Por ser uma espécie apenas predominante na Albufeira de Cahora Bassa, muitos são os que à revelia das leis procuram capturar esta espécie. No total são 72 embarcações ilegais destinadas a captura da capenta na Albufeira de Cahora Bassa apreendidas do ano passado a esta parte. “Não entendo como uma embarcação com este tamanho pode ser idealizada e construída aqui – na albufeira – sem que tenhamos conhecimento”, indagou a governante.

A explicação dada pelas autoridades locais é que por ter muitas ilhas, a albufeira acaba sendo um terreno fértil para a acção dos criminosos. Na ocasião, a governante reiterou a necessidade de fortificar a fiscalização. “Preocupa-nos saber que estas acções prejudicam o Estado. Estamos a falar de uma média anual de 60 milhões de dólares que o Estado perde por estas práticas, não só aqui na Albufeira de Cahora Bassa, mas também no mar”, lamentou.

Outra preocupação deixada tem a ver com uso de redes mosquiteiras para a pesca artesanal. Para a fiscalização dos 1775 quilómetros da costa da Albufeira de Cahora Bassa, as autoridades montaram uma equipa mista constituída pela Polícia Costeira e da Marinha de Guerra.

 

GOVERNO QUER QUE AQUACULTURA PRODUZA 400 MIL TONELADAS DE PESCADO NOS PRÓXIMOS 10 ANOS

A informação foi avançada durante a visita que Augusta Maíta efectou ao projecto ambicioso da empresa Chicoa Fish Farm, uma empresa de capitais estrangeiros, que se dedica à criação de alvinos para produção do peixe tilápia em cativeiro.

“Visitamos este empreendimento e ficamos felizes com que vimos. Neste momento a empresa debate-se com o problema da licença ambiental. Estão a operar com uma licença ambiental provisória e esperamos que este assunto seja ultrapassado. A indicação que temos é que tendo a licença, a empresa poderá sair das 1000 toneladas por ano para 10 mil e achamos que esse será uma grande passo”, disse a governante para depois avançar que as 3 770 mil toneladas produzidas anualmente está muito abaixo da capacidade existente.

“Achamos que podemos melhorar a nossa capacidade de produção peixe em cativeiro porque o país tem condições de tirar até quatro milhões toneladas de peixe. Na estratégia que foi aprovada propusemos que nos próximos 10 anos, o sector consiga atingir pelo menos 10 porcento dessa capacidade que são as 400 mil toneladas”, detalhou.

A empresa ora visitada espera investir 10 milhões de dólares, sendo que até este momento, gastou 4 milhões. “Com a questão ambiental resolvida, estaríamos em condições de aumentar a produção e instalar uma fábrica de ração. Isso traria muitos ganhos porque iriamos comprar soja e milho aos camponeses e aumentaríamos a nossa mão-de-obra dos actuais 102 para 250 trabalhadores”, desse Augusto Firmino, representante da empresa. Por semana a Chicoa Fish Farm exporta 30 toneladas deste peixe para a Zâmbia, cinco toneladas para o Malawi e outra parte é absorvida pelo mercado nacional.

 

GOVERNO PREOCUPADO COM PESCA DESREGRADA DA CAPENTA

A capenta é a espécie mais abundante e mais lucrativa na albufeira de Cahora Bassa, na província de Tete. Com a crescente procura deste recurso, as autoridades pesqueiras estão preocupadas com a observância das regras de pesca para garantir a sustentabilidade deste recurso. Anualmente são capturadas 15 mil toneladas deste recurso.

Na sua visita ao Instituto de Investigação pesqueira de Tete, a ministra das Pescas ficou a saber sobre o trabalho desenvolvido para a protecção das espécies existentes. “Mensalmente nós recolhemos amostras da capenta para estudos biológicos para que tenhamos indicações de como está este recurso. Através desses estudos conseguimos dar indicações de gestão deste recurso porque há muitos operadores a fazerem a sua captura”, detalhou Olímpia Vaz, técnica do instituto.

Ainda em Tete a ministra das Pescas visitou o novo mercado de peixe de Chitima, uma infra-estrutura orçada em pouco mais de 3 milhões de meticais, fundos do Orçamento do Estado.

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