O País – A verdade como notícia

Dia da Mulher Moçambicana: Algumas mulheres festejaram data este sábado

Foto: O País

Há mulheres que preferiram celebrar este sábado o Dia da Mulher Moçambicana. Em grupo, trajadas de capulana e com o rosto pintado de mussiro, algumas se reuniram na praia da Costa do Sol, outras em suas casas e há quem celebrou a data, mesmo a trabalhar.

O mercado, que fica mesmo ao lado do terminal rodoviário da Praça dos Combatentes, ficou pequeno, ouvia-se música por todo o lado, mulheres dançavam e improvisavam algumas canções a enaltecer a mulher moçambicana.

Cada grupo escolheu sua indumentária, de capulanas amarradas na cintura ou na cabeça, elas celebravam enquanto também vendiam diversos produtos, desde roupa usada a produtos alimentares.

Mesmo com trouxas e com crianças ao colo, elas dançavam e gritavam com toda a força “viva mulher moçambicana”. O sorriso estava mais estampado no rosto do que nunca.

Conversamos com Nilza Simeão, que contou que a festa do seu grupo passou para sábado porque na sexta-feira passaram o dia na igreja, afinal era Sexta-Feira Santa, dia em que se celebra a Paixão e Morte de Jesus Cristo.

“E hoje estamos aqui a trabalhar, preferimos assim, não podemos parar de vender porque é isto que faz de nós mulheres guerreiras, é por causa deste trabalho que eu levo o pão à mesa e hoje estamos aqui, assim, bonitas”, partilhou Nilza, que acrescentou que no fim do expediente ela e suas colegas continuariam a festa num outro local, com “música, comida e muita bebida”.

Na praia da Costa Sol, também houve festa, não era necessário andar muito para localizar as mulheres. É que também a indumentária, escolhida a dedo, as revelava.

Algumas levaram comida e, entre os diversos cardápios, não faltou frango e batata frita.

“Compramos as capulanas na quinta-feira. Foi difícil porque havia muitas opções. Mandamos estampar nas nossas camisetas ‘mulher moçambicana tem força’ porque é assim como nos identificamos. Estamos aqui a aproveitar a brisa do mar e depois vamos para as nossas casas”, detalhou Alice Arnaldo que estava na praia com as suas amigas e comadres.

Mas o dia não correu de forma tão linear para todas. Durante a sua busca por personagens a equipa do “O País” encontrou um grupo de mulheres cujo carro em se faziam transportar avariou no meio do percurso. Iam à praia da Costa do Sol, mas a situação não foi suficiente para as parar. Enquanto o carro era consertado, elas faziam a festa no local.

Tiraram as mesas e cadeiras, colocaram as comidas e com um pequeno aparelho de som colocaram música, enquanto se divertiam trocando presentes que haviam preparado uma para a outra.

No grupo havia algumas cidadãs de nacionalidade cubana. Uma delas de nome Mileides Barros, que está no país há sete anos e, por isso, disse sentir-se uma mulher moçambicana.

“Celebro este dia com muito orgulho, a mulher moçambicana é forte, batalhadora e inteligente. Receberam-me muito bem aqui no país e, porque me sinto já parte dela, vestida de capulana estou aqui a celebrar”, contou.

A cubana disse que o que mais a anima nestas festas é ver as mulheres de capulanas e mussiro na cara, algo que nunca tinha presenciado no seu país.

Este ano, o dia 7 de Abril coincidiu com a Sexta-Feira Santa, e é por isso que estas e outras mulheres escolheram o sábado para celebrar o seu dia.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos