Há mulheres grávidas e a amamentar que ainda não sabem que já podem tomar a vacina contra a COVID-19, na cidade de Maputo, seis dias depois do início da terceira fase de vacinação. As autoridades da Saúde reconhecem o problema e já têm acções em curso para reverter o cenário.
A 20 de Outubro corrente arrancou, em todo o país, a terceira fase de vacinação massiva contra a COVID-19, fase esta que abrange, entre outros grupos, o das mulheres grávidas e lactantes (a amamentar).
Decorridos seis dias da campanha, a nossa equipa visitou algumas unidades hospitalares na cidade de Maputo, para conhecer a sensibilidade de algumas mães, umas grávidas outras com bebé ao colo, para saber se já estavam inoculadas.
Algumas invocaram a questão da idade, que não eram ainda elegíveis, tanto que quando falamos da decisão do Ministério da Saúde de abranger a este grupo, baseado em estudos da Organização Mundial da Saúde, encontramos muitas que não vacinaram e sequer sabiam do que falávamos.
Leonoca Cristiano, gestante, diz que não vacinou ainda devido à falta de informação. “Uma vez que ouvi boatos de que mulheres grávidas não podem vacinar, tive medo, por isso que ainda não vacinei”, afirmou.
Estes “boatos” influenciaram também a mais mulheres, como a Dadinha Jaime e Isabel Cossa, ambas gestantes e com muita falta de informação a cerca da importância de vacinar contra a COVID-19.
“Eu ainda não vacinei porque não sei se mulher grávida pode vacinar ou não”, disseram
No entanto, não é só desconhecimento, mas em algumas mulheres ainda persiste o medo dos possíveis efeitos colaterais da vacina, tendo dito, uma das mães, que aceitou falar à nossa reportagem que “Eu ainda não vacinei porque tenho medo”.
Mas nem todas têm esta posição. Apesar da chuva que caiu na manhã desta terça-feira, há quem correu para garantir a protecção. Alcina Langa é uma delas.
Segundo a senhora, foi graças aos apelos do chefe do quarteirão que ela soube que já podia vacinar, mesmo estando a amamentar.
Alcina Langa, mesmo por baixo da chuva que se fez sentir na manhã desta terça-feira, em Maputo, aproximou-se a um dos postos e tomou a vacina.
“Até senti medo, mas me disseram que era só relaxar que ficaria tudo bem, por isso aceitei e agora estou protegida”, referiu-se Alcina.
A Direcção Municipal da Saúde reconhece o problema e diz estar em curso campanhas de sensibilização a nível das unidades sanitárias e comunidades, para reverter o cenário.
“Nós reconhecemos esta questão da falta de afluência nos postos de vacinação, mas devo garantir que a cada dia estamos a nos esforçar para que as pessoas adiram à vacinação. É um trabalho intenso, um desafio que as equipas de mobilização devem empreender para que consigamos atingir as nossas metas”, referiu Emília Cumaquela, Directora Municipal-adjunta de Saúde no Município de Maputo.
Até ao momento, a cidade de Maputo já vacinou, nesta terceira fase, mais de 13 mil pessoas, das quais 604 são mulheres grávidas.