Estimad@s!
Ao celebrarmos hoje, 22 de Junho, o Dia Nacional do Geólogo, partilho esta breve reflexão sobre o que poderá significar fazer geologia no futuro.
Se, por um lado, os recursos minerais “fáceis de descobrir e explorar” se vão tornando escassos para uma população mundial crescente e fortemente dependente desses recursos, por outro, somos desafiados a acelerar o passo com que analisamos as incertezas associadas às nossas actividades de pesquisa, numa área de capital intensivo que enfrenta dois principais obstáculos:
- a) os desafios associados à transição energética;
- b) os desafios associados à mobilização de investimentos para a concretização de projectos de pesquisa.
Apesar desta realidade desafiante, o factor humano e o crescimento exponencial da Inteligência Artificial (IA — sigla inglesa: AI) parecem estar a nosso favor, na medida em que a sua aplicação combinada contribui significativamente para uma abordagem que minimiza os riscos associados às actividades de pesquisa geológica. Para responder a esta realidade, somos chamados a adoptar o conceito de geólogo “híbrido”. A realidade actual mostra-nos que já não basta fazer geologia: é necessário acrescentar duas dimensões. A primeira está ligada à programação; a segunda, ao pensamento estratégico, que pode, ou não, estar relacionado com a primeira. O motor desta visão reside na necessidade de dar uma resposta atempada aos desafios energéticos globais e às alterações climáticas, o que exige um pensamento integrado e interligado, promovendo uma visão flexível para os profissionais do futuro.
É importante ter sempre presente que “a Inteligência Artificial ainda comete erros, cria soluções incompletas e, muitas vezes, reproduz padrões limitados pelos dados que recebe”. É precisamente aqui que a sensibilidade humana e o pensamento crítico se tornam fundamentais. Num momento em que o mundo avança numa corrida desenfreada pelos minerais do futuro, com o olhar virado para a transição e eficiência energéticas, os profissionais “híbridos” das geociências farão a diferença: um especialista em GIS com domínio de programação, um geofísico com inclinação para o desenvolvimento de algoritmos de processamento, um geólogo com bases sólidas em desenvolvimento estratégico.
Porque no futuro da geologia, a integração entre o conhecimento técnico, visão crítica e inovação será não apenas desejável. Será indispensável.