Os protestos contra a monarquia no Reino de eSwatini continuaram ontem e pelo menos oito pessoas morreram, em Manzini, uma das principais cidades, outras dezenas ficaram feridas e outras ainda foram detidas.
Os protestos violentos que há semanas irromperam em algumas partes do Reino de eSwatini fizeram-se sentir nesta quarta-feira.
Oito manifestantes foram mortos a tiro em Manzini, disse o porta-voz da Rede de Solidariedade da daquela que é tida como a última monarquia absoluta de África. Lukcy Lukhele contou que pelo menos 28 manifestantes pró-democracia foram atingidos por tiros e várias outras pessoas detidas.
As autoridades disseram que ninguém devia estar nas ruas depois das 18h00, mas os manifestantes desafiaram o recolher obrigatório.
O grupo queimou empresas estatais ligadas ao Rei Mswati III, como a eSwatini Beverages e a empresa de transporte rodoviário Southern Star.
Para o porta-voz da Rede de Solidariedade do pequeno Estado na fronteira entre Moçambique e África do Sul, a raiva agora está bem orientada para uma pessoa, o Rei Mswati III.
O secretário-geral da Frente Democrática Unida naquele país, Wandile Dludlu, denunciou restrições no acesso à internet nas duas principais cidades, Manzini e Mbabane, sob controlo militar desde que os protestos irromperam, há dias.
Além de exigirem o fim da monarquia, jovens pró-democracia acusam o regime de Mswati III de usar regulamentos contra a COVID-19 para reprimir manifestações públicas e impor bloqueios nas estradas.
No Reino de eSwatini é proibido haver partidos políticos. Para além de exigir a instituição de uma democracia multipartidária, os manifestantes querem reforma económica e responsabilização da polícia pelos seus desmandos.