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Paulina Chiziane diz que Moçambique está a sofrer uma colonização tecnológica

A escritora Paulina Chiziane diz que o país está a sofrer um colonialismo tecnológico, revelando ainda que os cientistas nacionais desconhecem a terra que os viu nascer. Chiziane falava  durante a cerimónia de celebração dos 60 anos da Faculdade de Veterinária da Universidade Eduardo Mondlane.

Num evento organizado pela  Universidade Eduardo Mondlane,  com o objectivo de celebrar os 60 anos da  Faculdade de Veterinária, Paulina Chiziane foi uma das principais oradoras convidadas.
Depois de afirmar que  a colonização virá em nome da religião, a escritora disse que existe uma nova forma do fenómeno em Moçambique.

“Estamos a absorver o ‘Google’ e  a  ‘internet’, que é o ocidente, das américas, mas nem conhecemos nada no nosso país. Pouco ou quase nada conhecemos do nosso próprio continente e julgamos que somos alguma coisa. Gente, nada somos! Gostaria de pedir para termos este instante, colocar o meu olho com a transcendência. Quando falo da transcendência, estou a falar daquilo que um dia iremos ser, uma comunidade livre, que sofre este colonialismo tecnológico  e  a que nos submetemos pensando que somos alguma coisa. Temos, sim! Isso é real, temos uma casa, temos um professor… temos, mas não somos”, argumentou Paulina Chiziane.

A escritora disse ainda que a única forma de combater esta colonização é através daquilo que chama olhar transcendente.

“Eu não faço exercício de transcendência porque eu não me comunico com a minha consciência, porque eu não fortaleço o meu próprio ser. Eu tenho, mas eu não sou”, frisou.

No painel das celebrações, esteve, também, o reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Manuel Guilherme, que falou de alguns desafios da instituição de ensino.

“Continuar a formar com excelência e desenvolver a pesquisa, tendo em vista a resolução dos problemas reais do nosso país, também, de promover a segurança alimentar, numa altura em que nos deparamos com as mudanças climáticas, resistência antimicrobiana e outros males que enfermam a saúde animal, humana e ambiental”, frisou.

Por outro lado, o reitor da UEM  apelou à Faculdade de Veterinária para desenvolver mais pesquisas e assegurar uma melhor ligação com a sociedade.

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