Milhões de documentos preciosos e insubstituíveis podem ter sido danificados, devido à má digitalização, no incêndio ocorrido a 2 de Janeiro corrente, na Assembleia Nacional da África do Sul, na Cidade do Cabo.
Um relatório da investigação ao incêndio sugere que quase metade dos inúmeros documentos recuperados após o incêndio no Parlamento sul-africano são semi-legíveis ou completamente ilegíveis.
Contudo, em 2017 houve um processo de digitalização, mais tarde interrompido por razões ainda não claras.
Por conseguinte, milhões de páginas de documentos na biblioteca da Assembleia Nacional continuaram por digitalizar, mas o projecto foi dado como concluído nos registros oficiais.
Há cerca de cinco anos que um projecto de digitalização do arquivo do Parlamento não é concluído e ao longo de dois anos uma empresa recebeu milhões de rands para digitalizar cerca de sete mil volumes de materiais, o equivalente a sete milhões de páginas de acordo com a News24.
Segundo a News24, grande parte dessa colecção era exclusiva do Parlamento e nenhuma outra loja de material de arquivo na África do Sul tem sequer uma cópia.
Dos registos considerados importantes, constam as deliberações do Parlamento, desde 1910. Os registros incluem relatórios governamentais não publicados, relatórios anuais, pesquisas e manuscritos, obras de arte, fotografias e mapas.
A Biblioteca Nacional sul-africana tem cópias digitalizadas que podem ser fornecidas em caso de solicitação, mas faltarão anexos e muitos outros documentos que apenas estavam na posse do Parlamento.
Passado cerca de um mês depois da desgraça, os funcionários da Assembleia Nacional ainda não podem ter acesso aos compartimentos onde os documentos em causa eram conservados.