O Parlamento da Guiné-Bissau está novamente ocupado por soldados da Guarda Nacional. Os militares estão a impedir o acesso aos funcionários e deputados. Isto acontece depois da Comissão Permanente deliberar novas eleições do órgão, após dissolução por Umaro Sissoco Embaló.
Desde a manhã de domingo que ninguém pode entrar no palácio Colinas do Boé, sede do parlamento da Guiné-Bissau, no centro do país.
O Parlamento guineense está sob forte controlo dos militares, principal base de apoio do Presidente Umaro Sissoco Embaló, o que fez com que vários funcionários não se dirigissem ao local, por medo.
Na sexta-feira, o presidente do órgão, Domingos Simões Pereira, regressado ao país após sete meses no estrangeiro, convocou reuniões das estruturas intermédias do Parlamento ora dissolvido, entre as quais a Comissão Permanente, que substitui as competências da plenária.
Na sua reunião de sexta-feira, a Comissão Permanente deliberou que se fizessem novas eleições legislativas para que possa retomar à normalidade do Parlamento. Entretanto, Embaló avisou que se a Comissão Permanente abordasse o assunto estaria a incorrer no crime de usurpação de competências, defendendo que esta é uma responsabilidade do Supremo Tribunal de Justiça.
O parlamento guineense foi dissolvido pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló em Dezembro de 2023 e, dias depois, os deputados tentaram aceder ao local, por não reconhecerem a decisão, que consideraram inconstitucional visto que a dissolução ocorreu antes de passar um ano após as legislativas. Entretanto, foram dispersados pela polícia, com granadas de gás lacrimogêneo.
Desde então, o edifício vinha sendo vigiado por polícias armados, até que no mês passado foi reaberto, mas apenas para acesso pelos funcionários ou público que tiver algum expediente a tratar.