O país vai vacinar, a partir do dia 24 de Março, mais de 5.1 milhões de crianças contra a poliomielite, como forma de travar a propagação da doença, que ressurgiu no ano passado no país, depois de em 2016, a Organização Mundial da Saúde, ter declarado Moçambique, como um país, livre da doença.
Os casos foram detectados nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, em menores de dois anos de idade, cujos casos evoluíram para paralisia. Um outro caso foi detectado recentemente no vizinho Malawi, a 17 de Fevereiro, importado do Paquistão.
É por essa razão, que não só Moçambique, bem como Malawi, Tanzânia e Zâmbia irão, em simultâneo, levar a cabo a campanha de vacinação para todas crianças menores de cinco anos, que são as mais afectadas pela doença, conforme explicou a Directora Nacional Adjunta Saúde Pública, Benigna Matsinhe.
“A vacinação será sincronizada nesses quatro países, o processo vai iniciar no mesmo dia. O processo será feito em quatro fases e nas primeiras duas estaremos a trabalhar em sincronia, e dependendo da situação em cada país, podemos avançar de forma individual ou continuamos sincronizados”, assegurou Matsinhe.
Particularmente em Moçambique, Matsinhe explicou que as duas fases, que irão decorrer nos meses de Março e Abril, serão feitas nas províncias das zonas centro e norte do país, prevendo-se abranger 4.2 milhões de crianças.
Já a terceira a quarta fase será a nível nacional, a decorrer nos meses de Maio e Junho, onde serão abrangidas as 5.1 milhões de crianças.
“A primeira e segunda estão orçadas em cerca de quatro milhões de dólares americanos, o equivalente a 255 milhões de Meticais e vamos envolver cerca de 46 mil profissionais, entre vacinadores, mobilizadores, registadores, motoristas, entre outros profissionais”, explicou a directora adjunta de saúde pública.
As vacinas já chegaram ao país, a campanha será feita porta-a-porta. Porque a poliomielite não tem cura, e em casos graves pode levar a paralisia, o Ministério da Saúde apela aos pais e cuidadores e permitirem a vacinação das crianças, pois só assim estarão livres da doença.
A vacina pode ser em gotas, em que a criança recebe via oral ou injectada, e todas crianças que já receberam devem ser vacinadas novamente. Após a vacinação, as crianças terão um dedo pintado como forma de identificação.