Até Junho de 2022, o país poderá ter novos dados sobre a percentagem da população que vive com HIV/SIDA em Moçambique e o grau de acesso aos serviços sanitários para tratar a doença. Esta quinta-feira, o ministro da Saúde, Armindo Tiago, lançou a segunda fase do inquérito em Nampula.
É o terceiro inquérito nacional de seroprevalência do HIV/SIDA que o país realiza, depois do primeiro, em 2009, e o segundo, em 2015. Armindo Tiago, acompanhado pelo governador de Nampula, escalou o bairro Muhala Expansão na manhã desta quinta-feira, na periferia da cidade de Nampula, para proceder ao lançamento da segunda fase do chamado INSIDA.
A adesão é voluntária, por isso a primeira acção foi escolher uma família e pedir permissão para fazer parte do inquérito.
“Queremos salientar que a tua participação, todos os dados que vão ser obtidos são confidenciais, ninguém saberá, para além do senhor e a pessoa com quem vai trabalhar”, explicou Armindo Tiago, ministro da Saúde, ao dirigir-se ao jovem Leonel Sebastião que aceitou ser o pioneiro.
Com o pedido aceite, seguiu-se o preenchimento do questionário e a colecta de sangue para o teste de HIV. Esta última parte não pudemos presenciar, porque é confidencial e será assim para todos que fizerem parte deste inquérito.
“Nunca tive oportunidade de fazer o teste de HIV já que no hospital anda cheio”, disse Leonel Sebastião, depois do inquérito.
O ministro da Saúde ressalvou a importância do levantamento em curso. “Este inquérito tem como objectivo fundamental levantar todas as questões indicadoras relacionadas com o HIV/SIDA no nosso país e está a decorrer neste momento como segunda fase, depois de uma primeira fase que decorreu de Abril a Julho e envolveu todas as províncias da região sul, incluindo também duas da região centro, nomeadamente, Manica e Sofala. Esta segunda fase vai envolver todas as províncias da zona norte e também vai incluir as províncias de Tete e Zambézia. O que estamos a iniciar hoje na província de Nampula vai decorrer até Fevereiro do próximo ano”, acrescentou Armindo Tiago.
Moçambique definiu 2030 como meta para o controlo de HIV/SIDA e o levantamento de dados estatísticos é um indicador científico válido para analisar o grau de eficácia das políticas de saúde.
“Este inquérito, para além de avaliar a prevalência do HIV/SIDA em Moçambique, irá avaliar quantos novos casos ocorrem diária, mensal e anualmente, isso se chama incidência. Para além disso, queremos entender qual é o impacto dos serviços que são fornecidos para o tratamento e prevenção do HIV/SIDA em Moçambique e, por último, é importante percebermos quais são os comportamentos, atitudes e práticas das pessoas em relação ao HIV/SIDA”, esclareceu Eduardo Samo Gudo, director nacional-adjunto do Instituto Nacional de Saúde.
No último inquérito de HIV/SIDA, os dados mostraram que 13.2% da população nacional vive com a doença.