Esta terça-feira, foram exumados os restos mortais de uma criança de sete anos de idade, enterrada viva pelo próprio pai, no bairro de Mavoco, no distrito de Boane, província de Maputo. O homem confessou o acto, alegou que a filha era deficiente e foi abandonada pela mãe.
O infanticídio aconteceu no quarteirão 17 do bairro Mavoco. O homem sobre o qual recai a culpa de assassinato da filha tem 43 anos de idade, é franzino, aparentemente calmo e de poucas palavras.
Ele apresentou-se à comunidade de Mavoco algemado. Na primeira pessoa, o acusado contou como é que o crime foi consumado: “levei uma enxada e enterrei a minha filha ainda viva porque a mãe a deixou no dia 26 de Novembro. Deixando-me com a criança deficiente e levou consigo a outra sem deficiência”.
A vítima começou a ser dada como desaparecida um dia depois do Natal e o corpo foi encontrado no dia 27 pelo irmão mais velho, António Inguane.
O jovem de 20 anos de idade narrou que foi expulso de casa pelo pai, mas voltou no dia 26 e não viu a sua irmã. Ao perguntar ao progenitor sobre o paradeiro da miúda, o homem alegou que a menina estava no local onde trabalha.
No dia 27, o rapaz fez a mesma questão ao pai: onde estava a irmã? A resposta foi a mesma do dia anterior e não convincente.
António Inguane está a construir a sua casa ao lado da do pai. Durante o trabalho, segundo contou, teve a necessidade de remover tambores e blocos, tendo, de repente, visto “uma cova estranha”. Quando retirou os obstáculos viu a cabeça da irmã debaixo da terra.
“De seguida fui chamar a minha tia e o régulo”, disse o jovem, acrescentando que “muitas pessoas” se dirigiram ao local no sentido de perceber o que se passava. Porque o assunto era sério, houve necessidade de chamar a polícia, que não se fez de rogado e prendeu o pai.
A comunidade de Mavoco está chocada com o crime. O Serviço Nacional de Investigação Criminal na Província de Maputo disse que o assunto vai seguir trâmites legais.