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Pacientes denunciam “altas forçadas” no Hospital Provincial da Matola

Algumas unidades sanitárias da Cidade e Província de Maputo estiveram a funcionar a meio gás como resultado da greve anunciada pela Associação dos Profissionais de Saúde de Moçambique. Alguns pacientes revelam que tiveram alta hospitalar antes do tempo previsto por causa da situação.

No Hospital Provincial da Matola, na Província de Maputo, o jornal O País constatou uma saída massiva de pacientes no primeiro dia da greve anunciada pela Associação dos Profissionais de Saúde. Nem todos deviam sair das instalações, nesta quinta-feira, por carecerem de cuidados, mas foram mandados para casa.

“Eu devia sair na próxima semana, mas fomos recomendados a prosseguir com o tratamento nos centros de saúde dos bairros, porque a situação está mal. Praticamente, o hospital está vazio na medida em que as pessoas estão a ser dadas altas forçadas. Eu, por exemplo, ainda sinto dores e era aqui onde recebia melhores cuidados. Agora não sei o que será de mim”, lamentou Fábio MucaveL, paciente que recebeu alta hospitalar.

Ademais, Ângelo Machavane disse que o médico recomendou apenas que lavasse a ferida diariamente com água e sabão e que não precisava de ir a uma unidade sanitária mais próxima para prosseguir com o tratamento.

Há quem estava já na sala de cirurgia, mas teve que abandonar. Foi para casa aguardar por uma eventual chamada do hospital. Este é o caso de Gonçalves Macarringue, que se mostrou agastado com o tratamento que recebeu, pois entende que os pacientes não têm responsabilidade nas reivindicações dos profissionais de saúde, mas são os mais prejudicados.

Ainda na Matola, o Centro de Saúde de Nkobe estava às moscas. Os pacientes eram recomendados a voltar para casa até que a situação se normalize, isto porque a maior parte dos profissionais não estava a trabalhar.

Igual situação registou-se no Centro de Saúde de Mavalane, na Cidade de Maputo, onde alguns sectores estavam encerrados na sequência da greve.

“Se tivesse conseguido fazer exames de Raio X, entregá-los-ia ao médico para que me receitasse uma medicação, para, talvez, melhorar a minha condição. Assim, vou arquivar os papéis. Que farei? Não tenho alternativa”, indagou Teresa Miambo, uma paciente mandada voltar em Mavalane.

Segundo uma fonte do Centro de Saúde de Mavalane, boa parte dos profissionais não trabalhou devido à greve. Entretanto, nem todos estavam alinhados, por isso os serviços de consulta decorriam normalmente.

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