O antigo chefe do Estado Maior General da Renamo, Timosse Maquinze, diz que se a Renamo participar nas próximas eleições gerais e provinciais, sob liderança de Ossufo Momade, corre risco de desaparecer do mapa político moçambicano.
O antigo número dois da ala militar da Renamo, general Timosse Maquinze, que foi durante vários anos o braço direito de Afonso Dhlakama e chegou a ocupar o cargo de chefe do Estado Maior General, critica a liderança actual da Renamo.
Para Maquinze, Ossufo Momade e os seus assessores têm estado a destituir os quadros do partido que exigem a realização do congresso ou aqueles que não os apoiam, como forma de se perpetuarem no poder, com o objectivo de usufruírem do sacrifício de milhares de membros que construíram o partido durante 50 anos.
“Já esqueceram que ele (Ossufo Momade), para ser presidente, há pessoas que trabalharam, e ele já não quer essas pessoas perto dele”, começou por dizer Maquinze.
O antigo número dois da “perdiz” justifica a não realização do congresso do partido nos seguintes termos: “Ossufo Momade sabe que basta haver congresso para ele perder as eleições”.
Maquinze acrescentou que o actual presidente da Renamo, desde que foi eleito, há cinco anos, não se preocupou com o bem estar do partido, o que, nas suas palavras, está a criar um descontentamento generalizado.
“Não há nenhum desmobilizado que quer Ossufo, nem os membros do partido”, disse, acrescentando que a continuidade de Momade pode significar o fim da Renamo. “Se continuar Ossufo, Renamo vai perder as eleições e através dos votos. Pode cair para a terceira posição, atrás do MDM, que pode vir a ser o segundo mais votado, porque as pessoas já não querem Ossufo Momade”, augura.
Aliás, Maquinze diz mesmo que “há pessoas que dizem que nas eleições não irão votar na Renamo”, por isso, sentencia que “caso continue Ossufo Momade como presidente, a Renamo vai desaparecer”.
Maquinze alegou que os desmobilizados da Renamo enfrentam dificuldades diárias para sobreviverem, pois as pensões ainda não estão disponíveis e que Ossufo Momade nada fez para apoiá-los.
“Os desmobilizados acabam dois dias a trabalharem na machamba de alguém para receberem um galão de milho”, afirma e acrescenta que “Ossufo não quer falar com os desmobilizados nem quer entender os seus problemas”.
“O falecido Dhlakama morreu quando tudo estava organizado”, finaliza Timosse Maquinze.
Este antigo chefe do Estado Maior lamentou a suposta falta de cumprimento dos acordos no âmbito do DDR e exortou o presidente da Renamo a encontrar junto do Governo formas para se ultrapassar o problema.