São muitos os “patrões” das trocas comerciais entre Moçambique e o mundo fora, entretanto, o Instituto Nacional de Estatística (INE) destaca os que mais se evidenciaram no seu relatório intitulado Síntese de Conjuntura Económica referente ao segundo trimestre deste ano.
Entre os países que compram produtos de Moçambique o destaque vai para a Índia. Sozinha comprou 31,1 por cento dos bens e serviços que as empresas que operam na “pérola do índico” venderam entre os meses de Abril e Junho, ou seja, no segundo trimestre deste ano.
Quem não fica atrás é a China, tendo no período em análise adquirido 28,2 por cento dos produtos nacionais. Seguem na lista dos compradores, os Emiratos Árabes Unidos, que comprou nove por cento dos produtos e a África do Sul que ficou com 8,5 por cento.
Entre os principais produtos comprados em Moçambique, ou seja, que o país exportou estão: o gás de petróleo, a energia, os minérios de titânio, os combustíveis sólidos e briquetes (um bloco compacto de materiais energéticos, geralmente feito a partir de resíduos de madeira).
E QUEM VENDEU MAIS PARA NÓS?
Os que mais compraram de Moçambique também encontram-se na lista dos países que mais venderam para o país. Segundo o INE, na lista dos fornecedores de Moçambique, destaque vai para África do Sul (26,4%), Índia (12,4 %), China (8,8%) e os Emiratos Árabes Unidos (8,5%).
Tais países venderam para Moçambique no segundo trimestre deste ano (Abril a Junho) óleos de petróleo, energia, agentes orgânicos, medicamentos, arroz, centrifugadores (aparelho que faz a separação de componentes diversas) e cimento, refere o relatório do INE.
Em termos globais, no segundo trimestre de 2020, o volume das exportações de Moçambique rondou em cerca de 735,1 milhões de dólares americanos, segundo os dados do INE publicados na página electrónica da instituição pública.
“Dos principais produtos exportados, o destaque vai para as barras e perfis de alumínio (29,0%), carvão mineral (hulha) (19,0%), energia eléctrica (13,7%), gás natural (8,9%) e areias pesadas (6,3%) ”, indica a Síntese de Conjuntura Económica do INE.
Segundo o mesmo documento, no período em análise, o volume das importações (compras de Moçambique) totalizou cerca de 1,4 mil milhões de dólares americanos, tendo-se destacado as de maquinaria (16,5%), as de cereais (9,4 %) e as de gasóleo (7,4%).
“No IIº trimestre de 2020, o défice da balança comercial de bens fixou-se em cerca de 660,8 milhões de dólares americanos. As exportações e importações reduziram cerca de 33,2% e 23,1%, respectivamente, quando comparadas às do Trimestre homólogo de 2019”, apontam dados provisórios sobre o comércio externo que constam do relatório do INE.
Em termos comparativos, durante o segundo trimestre de 2020, a importação de equipamentos observou um incremento fixado em 99,5% quando comparado com o período homólogo de 2019 e uma redução de cerca de 33,4%, quando comparada com o trimestre anterior, refere a publicação do INE.
De Abril a Junho do presente ano, volume de cimento nacional vendido teve uma redução de 6,1%, face a igual período de 2019 e um aumento de cerca de 20,1%em relação ao trimestre anterior. “O nível de importação do cimento aumentou quando comparado com o trimestre homólogo de 2019 em cerca de 99,5% e teve uma redução de cerca de 33,4% quando comparado com o período anterior”.
Por seu turno, a quantidade de carvão vendida aumentou cerca de 191,3% e 33,4% comparativamente aos trimestres homólogo de 2019 e anterior, respectivamente.
Já o volume de alumínio vendido reduziu tanto em relação ao trimestre homólogo de 2019 como em relação ao anterior, fixando-se em cerca de 0,7% e 2,2%, consecutivamente.
Receitas do Estado aumentaram em apenas 500 mil meticais
Abril a Junho de 2020 foi um segundo trimestre de fraca cobrança de receitas pelo Estado, se comparado com o mesmo período de 2019. Dados do Instituto Nacional de Estatística indicam que as receitas totais do Estado aumentaram em apenas cerca de 0,5 milhões de meticais.
Trata-se uma situação registada numa altura o metical registou uma depreciação nominal do Metical face ao dólar americano e ao euro, indicando 5,2 pontos percentuais (pp) e 4,4 pp, respectivamente e uma apreciação da moeda nacional em 0,6 pp em relação ao rand.