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Oposição reposiciona-se em municípios estratégicos do país

Beira, Quelimane, Nampula, Ilha de Moçambique, Cuambe e Chiúre são os municípios político e administrativamente estratégicos conquistados pela oposição que dão uma nova configuração do mapa governativo do país.

Na ressaca das quintas eleições autárquicas, realizadas semana finda nas 53 autarquias do país, fazem-as contas para o novo mapa da geografia da governação autárquica no país.

Para já, os números oficiais apontam para uma redução do poder da Frelimo na governação local.

Das 53 autarquias das 49 com que entrou nas eleições da semana finda, os números oficiais já dão conta de uma perda de liderança ou de hegemonia em autarquias estratégicas do país.

No município de Maputo, a capital do país, apesar da vitória em margens relativamente superiores às do escrutínio passado, os números mostram uma ascendência relativa da oposição, que continua a ameaçar a hegemonia do partido no poder.

Na Matola, pela primeira vez, a oposição, junta, derrotou a Frelimo que, poderá ter de fazer um jogo de cintura para fazer passar os seus planos de governação.

Os resultados oficiais deram uma espécie de cartão amarelo à Frelimo, mostrando que apesar das realizações feitas no ciclo governativo prestes a findar, não conseguiram convencer larga parte do eleitorado, que preferiu apostar na oposição, com destaque para a Renamo, que conseguiu resultados históricos naquela autarquia.

No município da Beira, o MDM manteve a hegemonia e mesmo a entrada da Renamo, os resultados da disputa mostram que o partido de Daviz Simango não chegou a ser beliscado, como alguns círculos chegaram a vaticinar.

Ainda, com base na interpretação dos resultados oficiais, a Frelimo perde três autarquias que estiveram sob sua governação e que tem alguma importância estratégica.

São os casos de Chiúre, na província de Cabo Delgado, uma província histórica para o partido no poder, Cuamba (Niassa) e Ilha de Moçambique (Nampula).

No primeiro escrutínio alinhado com o novo pacote de descentralização político- Administrativo do país, a oposição conquista posições que podem ser estratégias para os próximos pleitos.

MDM em queda

Numa leitura básica dos resultados, o MDM é o maior perdedor do processo eleitoral deste ano.

Depois de ter perdido Nampula, nas intercalares deste ano em Nampula, a votação de quarta-feira afastou, em definitivo o partido do galo de Nampula. E os números não enganam. Contrariando todas as expectativas do partido, apenas cinco por cento do eleitorado viu no MDM, a aposta certa.

Para piorar a queda, o MDM foi derrotado em Quelimane e Gurúè, duas autarquias que recebem de empréstimo no mandato prestes a findar.

O movimento de Daviz Simango fica reduzido apenas à autarquia da Beira de onde se deve reposicionar para os próximos embates.

 

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