Moçambique precisa criar um ambiente que dê segurança as mulheres vítimas de violência doméstica para denunciarem os seus agressores. A recomendação é da directora executiva da Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Género e o Empoderamento das Mulheres, Phumzile Nguka, que esteve a visitar o país, depois de ter passado pela Nigéria e pelo Congo.
Na Nigéria, Nguka interagiu com um grupo de meninas que foram reféns do grupo Boko Haram, e na República Democrática do Congo também se inteirou sobre a violência. Embora Moçambique esteja melhor posicionado em relação aos dois países, persistem desafios, sendo que um deles é a responsabilização dos agressores.
“Temos muito trabalho a fazer para que as denúncias dos casos de violência contra as mulheres sejam mais fáceis, assim como facilitar o acesso à Justiça, mas principalmente prevenir que esses casos aconteçam”, alertou Nguka.
Além de se reunir com a ministra do Género, Criança e Acção Social e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Nguka foi recebida pela presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, onde destacou a importância da aplicação das leis.
“Falei sobre as leis que são aprovadas. Porque não basta que as leis sejam aprovadas, é importante que elas sejam implementadas de forma eficaz”, disse.
Nos três países por onde a directora da ONU Mulheres passou, deixou também recomendações relacionadas à manutenção da paz e dos preparativos para as eleições.