As Nações Unidas apelam à junta militar na Guiné-Bissau para pôr fim às detenções arbitrárias e libertar todos os opositores ainda detidos, um mês após o golpe de Estado que interrompeu o processo eleitoral no país.
Em comunicado, o Alto para os Direitos Humanos considera encorajadora a libertação, na última terça-feira, de seis figuras da oposição detidas após o golpe militar de 26 de Novembro, mas alerta que a situação continua preocupante.
O porta-voz da agência afirma que as autoridades devem acabar com todas as detenções arbitrárias, formas de intimidação e restrições às liberdades fundamentais, incluindo a liberdade de expressão, associação e reunião pacífica.
Segundo as Nações Unidas, várias famílias continuam sem informações sobre o paradeiro de outros detidos, situação que pode configurar desaparecimento forçado.
Entre os opositores ainda detidos está Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, partido histórico da Guiné-Bissau. Já o candidato Fernando Dias, que reclama vitória nas eleições interrompidas, permanece refugiado na embaixada da Nigéria.
Na sequência do golpe, os militares depuseram o Presidente Umaro Sissoco Embaló, suspenderam o processo eleitoral e nomearam um governo de transição com duração prevista de um ano.

