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ONU alerta para possíveis crimes de guerra no Sudão

Foto: SIC Notícias

A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou, esta terça-feira, para possíveis crimes de guerra e tentativas de agressões sexuais no Sudão.

Numa reunião do Conselho de Segurança para discutir o cenário caótico dos últimos dias no Sudão, realizada esta terça-feira, o enviado especial da missão das Nações Unidas no país, Volker Perth, apresentou relatos de tentativas de agressões sexuais e alertou para possíveis crimes de guerra.

Volker Perth afirmou que ambas as partes em conflito têm desrespeitado as leis e normas de guerra, atacando indiscriminadamente áreas densamente povoadas, hospitais, lojas e carros civis que transportam doentes, feridos e idosos.

“Esses abusos são sem escrúpulos e podem constituir crimes de guerra ou crimes contra a humanidade. Áreas residenciais estão sob ataques persistentes. Casas, lojas, escolas, instalações de água e eletricidade, mesquitas e hospitais foram danificados ou totalmente destruídos. Há relatos de invasões de casas e saques desenfreados. Estes incluem casas e carros de cidadãos sudaneses, funcionários da ONU, trabalhadores humanitários e da comunidade diplomática. Também recebemos relatos perturbadores de tentativas de agressões sexuais”, advogou Perth, numa chamada videochamada a partir do Sudão.

O enviado da ONU falou ainda em relatos de detidos que estão a ser libertados de centros de detenção em Cartum, capital do país, fazendo crescer os temores de aumento de criminalidade.

Na ocasião, Volker Perthes sugeriu um cessar-fogo sustentado com um mecanismo de monitorização; um retorno às negociações políticas; e o alívio do sofrimento humano.

Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, esteve presente na reunião, onde observou que o Sudão faz fronteira com sete países, todos eles envolvidos em conflitos ou em graves distúrbios civis na última década.

“É uma porta de entrada para o Sahel, onde a insegurança e a instabilidade política pioram ainda mais uma situação humanitária já catastrófica”, alertou Guterres.

Temendo que o conflito se estenda pela região, Guterres apontou que a luta pelo poder no Sudão não está apenas a colocar em risco o futuro do país, mas a “acender um pavio que pode explodir além-fronteiras, causando imenso sofrimento durante anos e atrasando o desenvolvimento em décadas”.

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