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O verso da solidão

Quero desenhar o rosto da solidão com letras do pensamento inocente, nas curvas que declamam o poema daquela donzela sacrificada pelo futuro, em estrofes de sentimentos que evocam um presente bom.

Quero escrever versos de sentimentos solitários que descrevam lembraças da voz do vento, anunciando a chegada de uma madrugada de solidão, revelando o segredo da esperança sob a luz de um amanhecer sem nuvens, mas com sombras que repousam o bem.

Quero voar com as letras da solidão para um mundo próximo, onde o sorriso lembra o salto dos golfinhos no dia do mar do verão e abre o horizonte para o banquete das maravilhas da natureza.

Quero ver o “sim” de um novo dia, que traz o sabor do beijo fresco da madrugada solitária, reacendendo a paixão de viver num mundo que faz milagres e colore o futuro com maravilhas. Quero maquiar a solidão com as cores do arco-íris, alegrando o pântano que viu o sol secar sua alegria sem piedade.

Quero sorrir após a escravidão e celebrar a superação do sofrimento com a dança da Capoeira ou ao som da Timbila.

Quero recordar a pureza, a virgindade dos traços humanos, para lembrar o espírito da imagem da alma, traduzida em atitudes verdadeiramente humanas. Às vezes, precisamos sair do formalismo da consciência e permitir que a mente escute melodias Caipiras e que visualize a dança do Tufo. Quero manifestar a presença humana escrevendo poemas ou admirando o som que lembra a imagem da santidade.

Preciso sorrir na esteira da solidão, lembrando a dança da Capoeira que entretinha a escravidão da minha mente no campo do sofrimento, e os chicotes da solidão deixaram marcas que inspiram os neurónios a imaginar um mundo diferente.

Quero voar em pensamento, sem o paraquedas da língua, para sentir a liberdade dos pássaros, pousando em céus azuis sem sombra de solidão e preenchendo a vida com letras de poesia. Às vezes, quero guardar lembranças de passeios sob as ondas, celebrando a vida no reino marinho e comunicando com o verbo da língua oceânica.

Quero escrever ‘o verso da solidão’ com o verbo do meu Eu, sem receio.

 

29/10/24

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