O País – A verdade como notícia

O Papel da mídia na democracia – o caso do Jornal O País

O jornal “O País” completa esta semana 16 anos de existência, 16 anos construídos, dia após dia, e edificados pedra a pedra. Ao longo destes 16 anos, nasceu e foi-se consolidando a lealdade e até a cumplicidade entre pessoas que não se conhecem e talvez nunca se encontram fisicamente durante a sua vida (jornalistas, editores e leitores).

Não é possível descrever o papel da mídia na democracia moçambicana sem referir o jornal “O País”, que é precisamente um dos frutos dessa democracia.

O jornal moçambicano "O País" surgiu num contexto democrático e de abertura política que possibilitou a emergência de uma imprensa independente, investigativa, séria e combativa, não ao serviço dos interesses de um único partido, mas livre para reportar aos moçambicanos a sua interpretação dos factos de forma transparente e imparcial.

Pautando-se por um compromisso de responsabilidade e pensamento crítico, este periódico laureia-nos com histórias do presente e de futuro, histórias que nos tocam de perto. “O País” é uma das casas, uma das avenidas, uma das instituições onde passam, vivem e trabalham muitos dos seus leitores, sempre promovendo o gosto pela leitura.

O grande desafio do jornalismo, em todos os tempos, consiste em libertar-se das amarras partidárias. Resistir com firmeza ao ódio e ao medo que os sistemas antidemocráticos sempre semeiam. Por inerência, a mídia integra o sistema odiado e perseguido pelos sistemas autocráticos – e consequentemente “O País” fez parte desse sistema, mas cabe também aos mídias o papel de tentar melhorar tal situação e promover a liberdade, funcionando como contrapoder, dentro das regras de equilíbrio das instituições democráticas, mau grado os constrangimentos que, nestes dias, o regime tenta reerguer com uma inesperada proposta lei de imprensa.

Ao longo dos 16 anos, “O País” tem estado ombro a ombro e de mãos dadas com o povo moçambicano na denúncia do mal e no anúncio da harmonia e concórdia entre todo o povo moçambicano. Tem, tenazmente, combatido vários casos de injustiças e mesmo de corrupção, procurando corajosamente a interligação de factos e, bem assim, a revelação do que pretende manter-se oculto. O jornal O País é exímio na construção de pontes de amizade e não de muros de separação. É importante que o jornal “O País” prossiga o seu trabalho, praticando um jornalismo de saber ouvir, perscrutar as verdades, acima de todos os constrangimentos, para que os que governam se sintam obrigados a estar à altura de quem os elege e escolhe e para que os leitores sejam correctamente estimulados a decidir as suas próprias preferências e orientações políticas e sociais.

A mídia desempenha um papel de suma importância na manutenção e consolidação da democracia, criando, com a apresentação da verdade, o

caminho para uma sociedade democrática mais robusta. E “O País” tem sido, de facto, um elemento estabilizador dos poderes públicos, sempre atento a divulgar factos, a disseminar informações com rigor e rapidez, garantindo o imprescindível primeiro lugar aos direitos à informação e a liberdade de expressão.

A luta pela manutenção da democracia deve ser uma constante. E ao Estado deve caber, naturalmente e acima de qualquer interesse, garantir a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça ao seu povo. Por sua vez, os órgãos de comunicação social, devem promover a concretização, de uma forma mais completa de participação política, fortificando os ideais democráticos, constituindo um verdadeiro instrumento de defesa aos direitos dos cidadãos.

Com a presença de “O País”, temos, de facto, testemunhado o exercício pleno da cidadania, uma vez que, ao garantir o acesso à informação, o jornal sempre se demarcou de uma linha segundo a qual os jornalistas devem exercer as suas funções a mando dum determinado partido político, designadamente o partido no poder.

Este jornal, como acima referido, enobrece e engrandece o orgulho de ser moçambicano, e encaixa-se nos princípios universais da liberdade de imprensa, porque contrariamente a alguns jornais públicos, nomeadamente Notícias e Domingo, cujas linhas editorais seguem  e representam o pensamento do governo do dia e como diriam alguns são ate controladas, senaocensuradas pelo governo, “O País” consegue mostra-se vertical, imparcial e transparente, proporcionando aos leitores uma opção editorial de alta qualidade e isenta de amarras politicas, sejam de que origem for.

Ao Daniel David, a quem tenho a ousadia e o privilegio de chamar de amigo quero recordar-lhe  um momento impar em que demonstrou estar onde esta por merito proprio e com os pes bem assentes no chao. Estavamos numa recepcao alusiva a recepcao do entao Primeiro Ministro Adjunto da Gra Bretanha e Irlanda do Norte, na residencia da Alta Comissaria, na altura a senhora Kuensberg, que fez questao de nos apresentar ao ilustre visitante. No seu gesto caracteristico a senhora Kuensberg ao apresentar o DD, como lhe chamamos fora das horas normais de expediente, fez questao de dizer que ele era o PCA da SOICO e para dar uma ideia ao Deputy PM da importancia de DD na sociedade mocambicana comparou-o ao … senhor Murdoch, na altura dono dos mais importantes jornais na Inglaterra e se não me engano na Australia, de onde e originario. E disparou a Alta Comissaria Kuensberg: He is the Rupert Murdoch of Mozambique! 

Quando menos esperavamos e para aquilo que eu considerava um super elogio da parte da Alta Comissaria, DD respondeu: I am not Rupert Murdoch of Mozambique, I am Daniel David from Soico! Para bom entendedor meia palavra basta!

Um segundo encontro inesquecivel foi em terras lusas, durante um dos Mozefos na diaspora. Recebi um convite para estar numa das edicoes do Mezefo em Cascais, no Casino Estoril e quando la chego estava uma naipe finissima da elite bancaria, academia e politica portuguesa para não falar das presencas do Presidente da Republica Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, do Paulo Portas, da mana Luisa Diogo, do PCA do BIM, do mano Namburete do Banco BIG entre outros. Recolhi-me a minha insignicancia e perguntava a mim proprio, no regresso a Lisboa o que e que eu fazia naquela sala!

Face a todo o exposto, auguramos sucessos nesta vossa dignificante e já longa marcha rumo ao progresso económico, social e cultural dos moçambicanos, visto que é através de jornais como “O País” que os moçambicanos, acedendo a informações plurais, podem alicerçar as suas opções de natureza social, económica e política.

Pois, na verdade, apenas actuando, como é unanimemente reconhecido, com total isenção relativamente a correntes políticas, é que “ o País”, pode ser um relevante pilar do progresso social, económico e político do nosso país.

Nessa conformidade, saudamos “O País” na efeméride dos seus 16 anos, formulando e reiterando votos de prossecução desse desígnio e missão. O desafio que lanco e que não desistam na expansao as provincias e que Quelimane esta aberto para ser a sede de uma delegacao da Soico na zona centro.

Em tempo de tempestade no alto mar, sois uma das poucas bussulas…

Um abraco,

Manuel de Araújo

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