Através da direcção de campanha da lista de candidatura de “escritores unidos pela literatura”, nesta nota coordenada pelo seu Director de Campanha, o escritor Izidro Dimande, reafirmamos o nosso comprometimento de participação no próximo pleito eleitoral da AEMO, guiados pela inabalável visão de uma Associação dos Escritores Moçambicanos autossustentável, com uma clara distinção administrativa entre os poderes do Secretário-geral e do Secretário-geral Adjunto, que promove e pratica a responsabilização nas actividades; uma AEMO livre de exclusão e subalternização do escritor pelo escritor; valorizar o literário sobre o extraliterário, desencorajando o clientelismo e o paternalismo; que respeita a diversidade de ideias e opiniões e que pratica boas relações com agremiações congêneres e fundações de cariz artístico-cultural e não só, na base do princípio do mútuo benefício.
REFORMA INSTITUCIONAL DA ASSOCIAÇÃO DOS ESCRITORES MOÇAMBICANOS
Liderados por um candidato focado na busca de soluções reais e dotado de um profundo conhecimento das potencialidades e fragilidades da AEMO, o escritor Aurélio Furdela, somos realmente uma candidatura de escritores unidos pela literatura, pretendendo conduzir uma profunda reforma institucional, que começa pela elaboração e aprovação nos primeiros três meses do mandato, de um Regulamento Interno, capaz de, em primeiro lugar, levar efetivamente à limitação dos poderes do secretário-geral, garantindo deste modo o pleno exercício de funções administrativas ao Secretário-geral Adjunto, facto que contribuirá para conferir melhor desempenho à estrutura administrativa da AEMO. E de modo a desconcentrar das mãos do Secretário-geral a gestão das oportunidades de participação em eventos no exterior, incluindo através de convites destinados à colectividade, o Regulamento Interno deverá condicionar qualquer despacho a emissão do parecer do Vogal de Programas, entre outros aspectos como a obrigatoriedade de alocar parte das receitas institucionais a acções que beneficiem directamente aos membros. Neste ponto em particular, por exemplo, pelo menos três meses da renda advinda do Centro Social devem garantir a participação moçambicana na Feira do Livro de Lisboa, com despesas suportadas integralmente pela AEMO. Por outro lado, devemos alargar a base de receitas, envolvendo os membros em actividades de empreendedorismo literário, através de um braço económico da AEMO que actuará a nível das PME’s, prestando ao mercado serviços de produção de conteúdos e realização de eventos. Abandonando essa velha chaga de que a literatura não gera dinheiro, a AEMO se tornará autossustentável. Temos que garantir ainda uma acção social inclusiva e sustentável a favor dos membros, algo que no nosso manifesto tratamos com maior propriedade e que por razões estratégicas não podemos por ora avançar como faremos.
RECONFIGURAÇÃO DO PANORAMA LITERÁRIO MOÇAMBICANO
A nossa candidatura propõe-se, entre outras medidas, incentivar a prática regular da crítica literária, a nível da imprensa e da academia, de modo a garantir a avaliação qualitativa das obras literárias. Deste modo, a AEMO deve também encorajar o exercício regular da crítica à crítica literária, de modo a garantir rigor acadêmico e da honestidade intelectual, inclusive a nível da crítica jornalística. Se somos uma associação de escritores, temos que estimular o debate de ideias, ao mesmo tempo que promovemos e valorizamos os escritores moçambicanos em função da obra literária e nunca de aspectos extraliterários alheios à própria literatura. O escritor deve ser valorizado pelo texto que produz, pelo activismo literário que pratica e reconhecido pelo impacto da sua obra na sociedade.
DEVOLVER A AEMO AO SEU LUGAR DE PROA NA REALIZAÇÃO DE EVENTOS LITERÁRIOS
Candidatamo-nos para assegurar o lançamento interprovincial dos livros lançados pelos membros da AEMO, de modo a garantir a circulação do livro no país. Relançar a realização das jornadas literárias, de modo a incentivar o exercício da escrita no seio dos jovens das províncias e distritos. Devolver a realização de eventos literários à biblioteca da AEMO, caso da “Biblioteca Viva”, de modo a incentivar a participação das camadas infantis nos eventos da agremiação. Recuperar a realização de lançamentos glamorosos de livros de autores moçambicanos no espaço físico da AEMO.
ACTIVIDADE EDITORIAL A FAVOR DA JUVENTUDE
Em Moçambique verifica-se um crescente interesse pelo exercício da criação literária, com maior enfoque para os jovens, todavia não têm tido acesso à possibilidade de publicação do primeiro livro pelas editoras nacionais, enfrentando ainda dificuldades para aceder a revisores experientes, e acesso ao patrocínio para efeitos de impressão gráfica. Candidatamo-nos deste modo para fomentar a publicação do primeiro livro de autores sem obra publicada em livro, com qualidade desejável, através da reactivação da “Coleção Início” da AEMO que deverá contar com o suporte do Gabinete técnico da AEMO, que é nossa prioridade reativá-lo. Instituir os seguintes prémios de revelação, com direito a publicação de livro e um valor pecuniário de cem mil meticais: Prémio Literário Regional Norte – Marcelino dos Santos; Prémio Literário Regional Centro – Heliodoro Baptista e Prémio Literário Regional Sul – Isaac Zita. O nosso candidato tem experiência de realizar estas e muitas outras actividades na AEMO, que pretendemos hoje revigorar, contando com o apoio e confiança dos membros da agremiação.