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Nyusi enaltece qualidades do falecido juiz conselheiro José Cardoso

O Presidente da República afirma que o juiz conselheiro José Cardoso morreu enquanto o país ainda contava com a sua contribuição. Filipe Nyusi considera, no entanto, que o falecido cumpriu a sua missão. Família, amigos, colegas e público, em geral, despediram-se de Cardoso esta sexta-feira, no salão nobre do Conselho Municipal de Maputo.

O juiz conselheiro José Luís Cardoso perdeu a vida no dia 15 de Janeiro em curso, vítima de acidente de viação. O velório teve lugar no salão nobre do Conselho Municipal de Maputo.

Durante o funeral oficial, o Presidente da República enalteceu as qualidades do malogrado, que aos 17 anos de idade ingressou nas Forças de Defesa e Segurança, para depois se juntar ao Sistema de Administração da Justiça.

“Em 2003, através de despacho presidencial, foi nomeado juiz conselheiro e, à mercê da elevada competência revelada no exercício das suas funções, o Dr. José Luís Cardoso foi, em 2012, por despacho presidencial, nomeado presidente da secção do contencioso administrativo e, em 2020, foi eleito membro do Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa, funções que exerceu até à data da sua fatídica morte. O país ainda contava com a sua nobre contribuição, porque a capacidade e a competência estavam presentes em si. Siga com o sentido de missão cumprida. Sua alma descanse em paz.”

O chefe de Estado apela aos juízes mais novos e à sociedade, como um todo, para se inspirarem no legado deixado por José Cardoso.

“Neste momento de dor, despedimo-nos do seu corpo, mas a extraordinária memória e o legado exemplar, que peço aos colegas e todos os mais novos que sigam, foram aqui bem detalhados. Sua vida e obra permanecerão sempre no seio dos seus colegas do Tribunal Administrativo, no Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa, da família do Sistema da Administração da Justiça e de todos os moçambicanos.”

Já a presidente do Tribunal Administrativo, Lúcia do Amaral, destacou a contribuição do colega e lamentou a não conclusão de seus projectos.
“Sabemos que é um paradoxo em vida, e com sabor amargo, com consequências imprevisíveis, algumas das quais têm a ver com o facto de, lamentavelmente, muitos dos projectos planificados juntos, nomeadamente, no plano corporativo do tribunal, já não poder ter a participação do nosso venerando juiz conselheiro Cardoso. Não teremos como pô-los em marcha como ele próprio os concebeu.”

Dor, luto e consternação foi o ambiente que caracterizou a despedida ao juiz conselheiro do Tribunal Administrativo, José Luís Maria Pereira Cardoso. A família, inconsolável, deixou ficar as memórias vividas com o seu ente querido, que garantiu que jamais se apagaram. Através de uma mensagem, a esposa do malogrado garantiu que nem a morte os separou.

“Hoje eu sei que nem mesmo essa morte é capaz de separar o nosso amor, comparsa de todas as horas, meu companheiro de vida. O luto dói, mas estou em paz, porque a nossa história de amor foi a melhor e maior experiência por mim vivida. Hoje, o paraíso abre as portas para receber um homem incrível, um marido maravilhoso e um companheiro fantástico.”

Já os filhos, através de uma mensagem lida por Merina Cardoso, elogiaram os anos vividos na companhia pai.

“Pai, qualquer um dos teus filhos que a este mundo trouxeste ou conquistaste nesta terra, primos, cunhados, dirão sem hesitar que foste um herói em nossas vidas desde que nelas entraste. Ao longo do nosso crescimento, testemunhámos o teu exemplo de homem íntegro, de princípios magníficos, generoso, amoroso e bem humorado.”

Os colegas da Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane e os da Magistratura Judicial Administrativa também teceram largos elogios ao percurso do juiz conselheiro.

Os restos mortais do juiz conselheiro foram cremados no cemitério de Lhanguene, em Maputo.

O juiz deixa viúva e cinco filhos.

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