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Nuro Americano: Duas décadas com defesas de sonho!

Em centenas de tardes, voou em direcção ao esférico, para gáudio dos adeptos. A forma como saía ao encontro dos avançados, mesmo quando isolados, causou-lhe alguns amargos de boca, tendo inclusivamente contraído várias lesões, a mais grave das quais no ombro, que o obrigou a deslocar-se a Portugal, onde foi operado pelo médico da Selecção das quinas da altura, o Dr. Camacho Vieira.

No regresso provou que as suas qualidades continuavam intactas. Do seu valor, falam os jogos ao nível mais alto, sendo em regra primeira opção para a selecção, numa altura em que o país dispunha de excelente guarda-redes como José Luís e Filipe.

Cedo, com tenra idade, no Norte do País, Nuro Americano foi demonstrando qualidades acima da média. Era considerado meia equipa pelo que, ainda júnior despertou interesse do Benfica de Lisboa para onde seguiu, sem grandes parangonas. Terá sido um salto demasiado grande, a que se juntou a acção do frio e a chuva. Treinou muito, sem nunca se poder afirmar. O sonho durou pouco tempo, pelo que se decidiu pelo regresso.

Por cá, deu nas vistas na Académica e 1º de Maio, mas desde que passou para o Maxaquene, este clube passou a ser ‘’a menina dos seus olhos’’. Brilhou na defesa dos tricolores e, mais do que isso, na Selecção Nacional.

Chegou a Presidente do clube em momento muito difícil, sendo portanto um exemplo de dentro e de fora do campo. O seu amor pelo Maxaque, impele-o a continuar disponível e um dos seus mais prestigiados símbolos e referências.

VALENTIA E ELASTICIDADE
Era dotado de qualidades natas invulgares para o lugar de guarda-redes. Mas trabalhava mesmo fora das horas dos treinos, para manter-se em forma. E se é verdade que conseguia transmitir segurança entre os postes, fora deles é onde mais evidenciava as suas qualidades: valentia, elasticidade, decisão e segurança, que fizeram dele um dos maiores e melhores guarda-redes ‘’paridos’’ no nosso país.

Foi internacional em 23 partidas e sofreu 53 tentos, numa altura em que ainda “abriamos os olhos”. Para África e para o Mundo.

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