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“Nem em 100 anos a EMATUM poderia recuperar o investimento de 850 milhões de dólares”

Hermínio Tembe é o nome do declarante que foi ouvido esta terça-feira no julgamento do “caso dívidas ocultas”, na Cadeia de Máxima Segurança da Machava. O director-geral da EMATUM disse ao tribunal que nem em 100 anos a EMATUM poderia recuperar o investimento de 850 milhões de dólares apenas com 24 barcos de pesca.

Além disso, Hermínio Tembe acrescentou que não era preciso pôr barcos para observar actividades ilegais no alto mar, porque todos os barcos de pesca que operam em Moçambique têm essa missão e já houve apreensões de navios com base em informações dadas por pescadores em alto mar.

Hermínio Tembe trabalha na EMATUM desde 2015 e é, actualmente, director-geral da empresa. Ao tribunal, o declarante disse que há seis anos a empresa estava em falência técnica.

Para resolver o problema, o Governo assumiu 500 dos 850 milhões de dólares, que alegadamente foram usados para adquirir armamento. A EMATUM quis, igualmente, livrar-se de 254 milhões de dólares, que supostamente foram usados para a compra de três barcos Ocean Eagle para a Proíndicus e a EMATUM ficaria com 96 milhões. Mas, mesmo assim, a reestruturação permanecia estranha.

Hermínio Tembe rebateu ainda a justificação que norteou a criação da EMATUM, que era colocar barcos de pesca em acções de espionagem no alto mar.

Segundo disse o actual director-geral, todos os barcos da EMATUM não estavam adaptados para pescar atum em Moçambique. Mas, fora isso, tinham muitos defeitos de fabrico, incluindo problemas nos sistemas de informação e comunicação.

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